Qual a razão desse existir?
Meu amor se foi,
A luz se apagou,
Tudo se transformou em trevas,
O capim verde, sem sereno, morreu;
As coloridas flores, murcharam;
Os belos frutos, apodreceram;
Os animais se transformaram,
Ocultaram seus costumes,
Os lobos já não uivam mais.
A madrugada se transformou,
Perdeu sua névoa.
Os riachos em que bebia e me banhava, secaram.
As geleiras cristalinas dos andes derreteram.
Tudo se transformou.
Meu amor se foi,
Não ouço mais o seu choro,
Não ouço mais o seu canto,
Perdi sua suave voz para a distância,
Por isto, vivo em sonhos e prantos.
Meu amor se foi como um anjo,
Dia após dia, procurei por seu rosto,
Seu adocicado cheiro,
Se foi em tons de banjo,
Com seu manto santo, partiu.
Como faísca desapareceu.
Meu amor se foi.
Agora provo no escuro,
O prato que alimenta a fome dos imaturos,
A esperança de encontrar respostas,
Para a razão da existência desta pesada cruz.
Vigilante, sem sono,
Minha alma busca pela amada, no caminho da luz.
Mperza Marivaldo Pereira Souza
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