Cego
de quem não vê
o prego
enfincado na parede
a esperar
a sede
de tua arte

Cego
de quem põe medida
no valor da vida
um tostão
corrosivo
põe
látex
no sangue escorrido

Cego
de quem quer a pena máxima
para o amor
que espera
sentenciado
no corredor

Cego
de quem quer apagar a luz
que ilumina cravos e rosas
do homem na cruz

Cego
de quem quer a poesia
no papel
sendo que
ela cai como chuva
descendo do céu...

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