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A Formiga
Clecio Ribeiro Azevddo

Nas costas longa e exagerada desta modesta serpente
Refugia-se uma corajosa formiga que escorrega noutra longa jornada
Avistando em seus pensamentos um sonho dantesco que nunca conseguira jogar ao vento

Fitando o horizonte ao longe
Recorda-se vazando das ruelas esverdeadas de sua colonia
As mesmas ruelas que um dia caminhavam os pontinhos ordenados de sua espécie
Foi um lar feliz
Foi um lar tranquilo
Antes da peste chegar

De braços longos e pernas esticadas
Eles possuíam a crueldade que jamais havia vislumbrado em um outro animal
Dominavam algo de calor tão agudo
Nunca imaginou um semelhante acometido por uma dor tão intensa
Foi algo que condenou seu povo à morte

Agora, jogada nas costas desta honrada serpente
Passa a invejar qualquer outro pensamento
Que não seja os gritos de seus amigos chafurdando em terrível agonia

Encolhida no azul severo do firmamento
Parasitando tal serpente

Encoraja-se diante de um futuro incerto.


Biografia:
Sou estudante de jornalismo. Desde criança gosto de escrever e recitar poesias.
Número de vezes que este texto foi lido: 61397


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Publicações de número 1 até 3 de um total de 3.


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