E a noite caiu sobre minha pele negra...
Ah...! Brancos só os dentes, mesmo assim...
Um pouco amarelados pelo tempo... escuro!
Sou negro, tenho jeito de negro. Sou humano.
Gosto de negro. Gosto de branco. Sou negro!
Negro é gente. Tem coração. Sou inteligente!
Uns dizem que sou preto e minha alma, branca...
Ah...! Minha alma é tão negra quanto a pele, só!
Dizem que a situação está “preta”, negritude..
Culpa dos homens brancos? Culpa dos negros?
Não! Culpa de todos os humanos desumanos
Que já não sabem amar, perderam o equilíbrio
E caíram e seguem despencando no buraco negro
Onde a morte negra os esperam... É o deserto!
O destino é o mesmo para qualquer um, sempre!
A cor da pele é a última instância de um vazio...
Não importa se negro, branco, amarelo, mameluco,
O homem é que distorce as coisas, parece maluco
E através de sua loucura enlouquece os outros
E carrega o mundo para o buraco negro... Existência
Meio apócrifa perante realizações aparentes: fraudes!
E a vida tem sua sequência, pois é linear, não para!
Todas as raças são filhas de um mesmo pai, ou todas
Têm as mesmas origens... Ninguém pediu para vir
Branco ou negro... Hipocrisia e preconceito latente!
Ninguém sabe a cor real da pele do Cordeiro, sabe?
Ele pode ter sido negro, igrejas o pintam de branco
Simplesmente por conveniência... pura rebeldia!
Somos todos irmãos, o mesmo chão espera por todos
E a salvação não está na pele, mas na cor das atitudes!
DE Ivan de Oliveira Melo
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Biografia: Nascido em Recife, em 09/10/1953. Professor de língua portuguesa e literatura. Poeta desde adolescente. Livros publicados: SINFONIA DE AMOR; POESIA, AMOR E VIDA; REFLEXOS; SEARA DE RITMOS; SO...NETANDO.Temas mais comuns em seus versos: o amor, a natureza, o homem, o socia, o cosmos, o metafísico,
religiosidade... |