Existe um momento no meio desta confusão imposta por sei lá quem de verdade, que é bom parar para analisar alguns fatos.
Me surpreendi lendo algumas notícias sobre economia e política, quando me deparei com uma no Pragmatismo Político sobre Paulo Maluf e a bancada evangélica no Congresso.
Fiquei abismada ao ler a declaração deste senhor relatando (quase que numa delação) que não concorda com negociatas e sua vida pública é oposta à isso. Penso (logo existo) em como será a explicação nos livros de história daqui há alguns anos acerca do conceito de vida pública pregada (e arrotada) por este Senhor que foi condenado em Paris por lavagem de dinheiro, que tem seu nome na Interpol - e por isso não pode fazer compras em Miami com o risco de ser preso - e ainda é réu em três ações no STF.
Para a perpetuidade do texto, estamos em plena crise econômica e política. E vale ressaltar que a primeiro veio principalmente em decorrência da segunda. E mais, se desconsiderarmos o cenário econômico mundial (se, somente se vivêssemos como Alice) é fato podermos afirmar (na redundância da absoluta certeza) que a economia que ia mal piorou absurdamente muito após instaurada a crise política pela atual oposição. Mas retornemos ao tema supracitado.
Lendo vorazmente matérias vorazmente de diversas fontes, percebi que estamos cercados. O Maluf (permita-me chamá-lo como se apresenta) se diz, numa mensagem delatória subliminar, inocente. Oi?
O Congresso Nacional tem uma Frente Parlamentar Evangélica. Pense (e exista comigo): se evangélico são todos os que crêem no Santo Evangelho, porque os católicos e espíritas não fazem parte desta Frente? Por que em uma Casa de Leis pertencente à um Estado Laico existe uma divisão religiosa? Ou o Estado deixou de ser laico? Ou será que já o foi? Por que há preconceito (ou discriminação) com os não evangélicos, os ateus ou os pseudo evangélicos?
Muitas perguntas. Poucas respostas.
A ideia não é escrever para conduzir o leitor a uma resposta. A ideia é escrever para pensar. Pensarmos. Existirmos. Melhorarmos.
Continuemos, apesar das interrogações, no cerco.
O presidente do Congresso finge que não está sendo investigado, que nunca foi citado em esquemas de corrupção e que, neste exato momento, está sendo denunciado em delação (de um outro desesperado) por “ganhar” USD 5 milhões em propinas. Enquanto esse Senhor continua seu trabalho árduo diário na Câmara dos Deputados, sua esposa ensina: “como gastar USD 17mil em três dias em Paris”, de acordo com o Notícias ao Minuto. Ah! O curso é online… ela prefere manter-se em viagem. Mas, posso incluir no meu imposto de renda?
Dando cabo ao Cunha e rezando (mesmo estando em um Estado Laico) para a Operação Lava Jato continuar, o objetivo é tentar não cercar-se, sair da caixa, pensar fora. Lembro: posso sair para pensar de helicóptero? Não... não tenho um. Até soube de um político que tinha um amigo do irmão do cunhado do vizinho que tinha. Sim, o inconformado Aécio Neves que perdeu espaço para o Cunha, não sai mais na mídia e talvez até o prefira. Afinal, quanto mais se fala, mais aparecem acusações. E o helicóptero? Alguém viu?
Cercados, a pavorosa mídia, que degrada explicitamente a imagem de quem quer degradar e enaltece sua escolha, deixa de fazer um importante papel: informar. Passamos de leitores para ouvidores de opinião formada. Mas o Estado não é livre, democrático? Sim. Posso ter minha opinião? Para pensar? Sim? Não? Pára e pensa!
E o cerco? Aumentou enquanto você chegava até aqui. Já estão anunciando um boicote contra as poucas grandes indústrias que dominam praticamente todos os mercados por aqui. E se pararmos de comprar nosso xampu ou creme dental preferido? O que vai acontecer com a economia? O mesmo se mudarmos nossa preferência de leitura diária do jornal impresso, ou da revista semanal? Ou do canal da tv que já fica no automático?
Pensa. Pensa? Pensa!
Em algum momento da vida achei que o PV poderia ser uma solução. Pelo simples fato dele não estar no sistema. Fui pesquisar e me assustei. O filho do “dono” do Maranhão é do PV. Mais ainda, líder do partido na tal Casa de Leis.
E agora? É camarada, melhor pensar.
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Biografia: Ser humano, mulher, mãe. Economista. Busca inspiração em fatos cotidianos e poesias. Atua na área socioeconômica e cultural. Curte movimentos culturais, sociais, família, amigos, natureza, música. Trabalha e estuda. Lê e escreve. E viaja. |