De pensar, morreu um burro |
Deborah Valente Borba Douglas |
Como acaba
a inspiração rompante?
Se vai num instante.
E de pensar, morreu um burro
Diz o ditado popular
Talvez, então,
estou prestes a morrer.
Penso e penso
num poema pretenso
Mas o que sai?
Somente o desabafo
de quem aperta o laço
para as palavras brotarem.
Se a inspiração poética
Fosse tão milimétrica
rotineira
como a inspiração do ar,
seria mais fácil poetar.
E assim,
juntando letras
como formigas pretas no fundo branco,
deságuo em você meu pranto
de ter acabado a inspiração
não do ar,
mas do poema e sua perfeição.
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Biografia: Nascida na cidade de São Paulo em 1961, numa terça-feira, logo que rompeu a madrugada. Formada em odontologia em 1985, trabalhei por 13 anos como dentista, encerrando a carreira por decepção. Em 2000 fiz curso técnico em Turismo e atuei na área por pouco tempo. Optei pela carreira de mãe, esposa e dona de casa, agregando a isso a paixão pela escrita que carregava desde a adolescência. Comecei a escrever algumas crônicas e poesias para o site somos todos um e optei pela última como expressão da minha verdade. Não parei mais até os dias de hoje. |
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