Quem tem o coração agrário
há de plantar o relicário
de sementes da vida,
há de semear até que floresça
num pomar de beleza
a boa comida,
que todos se sirvam à vontade
do que se plantou com bondade,
fruto do suor, da lida...
Quem o coração agrário tem
não serve desdém
e nem impede que o homem
se alimente até que se sacie,
nem deseja que sua alma se esvazie
por perecer de fome...
Tem o coração agrário quem
reparte em partes iguais como o sol faz,
entre todas as coisas, todos os animais...
|