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Educação Intantil
Conceituando educação infantil e a influência da televisão nesse ambiente
Élen Carla Coutinho

Resumo:
Quando se fala em educação para crianças de zero a seis anos, logo pensamos em um cuidado materno fora do lar ou até mesmo em lugares que as mesmas ficam para brincar e se alimentar enquanto os pais estão ausentes, fato esse errôneo, pois, a educação infantil é muito mais que isso, vai muito além de brincar, se alimentar, e ter uma boa higiene, as crianças são a todo momento estimuladas ao desenvolvimento tanto motor, físico e psíquico.

As instituições de ensino infantil possuem uma responsabilidade imensa, pois é nessa faixa etária que o indivíduo constrói sua identidade, seu caráter e valores, por isso, os envolvidos com essa educação necessitam de muito preparo e qualificação. Se tratando de desenvolvimento humano, Ribeiro (2005) juntamente com o pensamento de alguns autores, tais como, Skinner e Watson, Chomsky, Piaget, Vygotsky, Fodor, Freud, Klein, Winnicott e Erikson, apresentam algumas perspectivas diversificadas, como por exemplo:
•     Para os teóricos Ambientalistas, dentre eles Skinner e Watson, as crianças nascem como tábulas rasas, que vão aprendendo tudo do ambiente por processos de imitação ou reforço.
•     Para os teóricos Inatistas, como Chomsky, as crianças já nascem com tudo que precisam na sua estrutura biológica para se desenvolver. Nada é aprendido no ambiente, e sim apenas disparado por este.
•     Para os teóricos Construcionistas, tendo como ícone Piaget, o desenvolvimento é construído a partir de uma interação entre o desenvolvimento biológico e as aquisições da criança com o meio.
•     Já a abordagem Sociointeracionista, de Vygotsky, afirma que o desenvolvimento humano se dá em relação nas trocas entre parceiros sociais, através de processos de interação e mediação.
•     A perspectiva Evolucionista, influenciada pela teoria de Fodor, enfatiza que o desenvolvimento humano se dá no desenvolvimento das características humanas e variações individuais como produto de uma interação de mecanismos genéticos e ecológicos, envolvendo experiências únicas de cada indivíduo desde antes do nascimento.
•     Existe ainda a visão de desenvolvimento Psicanalítica, em que temos como expoentes Freud, Klein, Winnicott e Erikson. Tal perspectiva procura entender o desenvolvimento humano a partir de motivações conscientes e inconscientes da criança, focando seus conflitos internos durante a infância e pelo resto do ciclo vital.
     Sendo assim, fica claro perceber que o desenvolvimento humano é algo complexo e delicado, o mesmo precisa ser tratado com muita atenção e cuidado, pois aquilo que se constrói na fase infantil, na maioria das vezes, leva-se até a fase final da vida, vale dizer que tanto os acontecimentos positivos, como os negativos, quando se fica marcado sempre será lembrado, como, por exemplo, se a professora for dedicada, carinhosa, atenciosa a criança irá sempre se lembrar daquela professora como uma heroína, porém se a criança for desprezada, maltratada, com toda certeza irá carregar esse triste sentimento pelo resto da vida. Por isso, nosso papel enquanto educadores e formadores de opiniões deve ser analisada e desenvolvida da melhor maneira possível.
Vygotsky (1996) acredita que as características individuais e até mesmo suas atitudes individuais estão impregnadas de trocas com o coletivo, ou seja, mesmo o que tomamos por mais individual de um ser humano foi construído a partir de sua relação com o indivíduo Por isso, o contato o envolvimento e as trocas de experiências com o outro são indispensáveis. Vale relatar que aprendemos muito com o outro, através de conversas informais.
      Segundo o livro “Educação infantil: Pra que te quero?”, organizado por Carmem Maria Craidy e Gládis Elise P. da Silva Kaercher, as creches e pré- escolas surgiram sim para suprir as necessidades dos pais que precisavam afastar- se de seus lares para trabalhar e não tinham com quem deixar seus filhos, mas hoje em dia, sua função vai muito além, pois, nesse ambiente educacional envolve dois processos, o educar e o cuidar.
     Sabemos que todos os indivíduos precisam de amor, carinho, atenção, afeto e segurança, com os pequenos essas necessidades são dobradas, pois nessa faixa etária é de suma importância receber esses estímulos e cuidados, afinal é nessa etapa da vida que começa a formação do indivíduo. Se tratando de formação do indivíduo, é indispensável enfatizar que tudo o que a criança vê ela aprende e imita até mesmo a maneira do professor falar e agir dentro da sala de aula, por isso, quem está inserido no mesmo ambiente que os pequeninos devem estar bem atentos com sua postura e atitudes, precisa saber como se comportar dentro e fora da instituição, pois o professor é e sempre será o espelho, a referência para seus alunos. Outro fator é o que e como se transmite conhecimentos para os mesmos, por isso o planejamento das aulas é importantíssimo e indispensável.
     Atualmente, a participação das mulheres no mercado de trabalho, e as mudanças na organização e estrutura das famílias, faz com que um número elevado de filhos comece a frequentar as creches desde muito cedo. Hoje, as creches, ou centros de educação infantil, envolvem o objetivo educacional, e não só o assistencial, que atendia crianças de baixa renda, para combater a pobreza. Com a educação inserida nas creches, há uma promoção da integração dos aspectos físicos, afetivos, emocionais, sociais e cognitivos da criança.
     Nos últimos anos, as creches tiveram um avanço considerável no país, pois o direito à educação da criança passou a ser defendida por vários setores da sociedade. Sendo assim segundo Haddad (1991), a inclusão da creche no sistema educativo abre importantes perspectivas ao avanço de propostas que reconheçam as necessidades específicas das crianças nos programas destinados à faixa etária de 0 a 3 anos. Supera-se o caráter assistencialista que a creche até então apresentava, de que as crianças eram pobres e ficavam na creche para se alimentar, e ter uma boa higiene, também favorece-se a formulação de programas educacionais para estas crianças, provando que a educação é direito delas.

As novas creches podem configurar-se como uma opção ou uma alternativa positiva para a família, na medida em que passam a oferecer cuidados de profissionais habilitados, a proporcionar condições adequadas ao desenvolvimento infantil, com um ambiente físico organizado especialmente para o convívio das crianças, onde estas possam estar juntas para estabelecer relações de troca constitutivas de uma boa socialização. (MERISSE et al, 1997, p. 50).

     Para Santana (1998), o quadro pessoal que uma creche deve dispor, seguindo a norma do Ministério da Saúde, isto é, a equipe necessária para tempo integral consta de: coordenador, orientador psicopedagógico, secretária, 02 auxiliares de enfermagem, 1 auxiliar de creche para cada 5 crianças de 3 meses a 1 ano, 1 auxiliar de creche para cada 10 crianças acima de 1 ano, cozinheira, auxiliar de cozinha, auxiliar de lactário, servente e lavadeira. Além disso, também há a necessidade de uma equipe multiprofissional, que não permanece por tempo integral, como médico pediatra, nutricionista, psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, educador físico, entre outros.
     Entretanto, sabe-se que este novo modelo de creche, ainda não está completo, pois em muitos lugares não há profissionais adequados e capacitados para educar e estimular as crianças, nem espaço adequado podendo dificultar a aprendizagem. Segundo Becker (2003), o meio age sobre a criança, e quando esta ação não é qualificada para o desenvolvimento intelectual, limita-se o seu cognitivo.
     Para Oaklander (1980) e Bee (1996), a criança é um ser que para seu desenvolvimento global transcorrer adequadamente, fazem-se necessárias condições básicas, que possibilitem a exploração do meio em que se encontra. O desenvolvimento sadio, contínuo dos sentidos, do corpo, dos sentimentos e do intelecto da criança constitui a base do seu próprio conhecimento para ter um bom contato com o mundo externo. E quando as crianças são separadas de suas famílias, por vários motivos, ocorre uma interrupção no funcionamento natural de seu desenvolvimento, podendo acarretar vários sentimentos ruins para ela, como a sensação de abandono, medo do desconhecido, sensação de punição, limitação de atividades, além de variações de humor e diminuição da afetividade.
Elas poderão agir de modo agressivo, hostil, irado, hiperativo. Poderão se recolher para mundos de sua própria criação. Poderão falar o mínimo possível, ou talvez nada. Poderão vir a ter medo de todo mundo e de tudo (OAKLANDER, 1980, p. 74).
     Ressaltamos que as crianças que frequentam creches desde muito cedo podem sofrer impactos na personalidade, tanto positivos, quanto negativos. Dentre eles, segundo Bee (1996) as crianças são mais sociáveis, mais populares e lidam melhor com os amigos, mas, por outro lado podem ser mais agressivas e menos obedientes do que as crianças que são criadas em casa pelos pais e responsáveis.
     É importante destacar ainda, que o processo de adaptação é bastante delicado e precisa ser planejado. A família deve participar e mostrar segurança para a criança, pois assim a ela terá melhores condições para interagir com o novo ambiente.
A criança que chora durante o período de adaptação não deve ser considerada uma criança-problema e sim uma criança que precisa ser conhecida e conquistada. É fundamental que a família também possa expressar seus medos e suas ansiedades em relação a essa separação, para poder aos poucos ir se tranqüilizando e passando esta tranqüilidade para a criança. A ausência de reação da criança em relação à separação deve ser observada, colocando os educadores atentos, pois pode significar insegurança ou uma carência que deverá ser trabalhada. (CECCON & CECCON, 2000, p. 22).
     Além da presença da família, outro fator que pode influenciar e trazer benefícios na fase de adaptação é a qualidade do cuidado recebido pela criança. Para Bee (1996), as características ideais de um ambiente de creche são: baixa proporção professora/criança; grupo de tamanho pequeno; relacionamento estável com um único cuidador; espaço limpo, colorido, adaptado para a criança brincar; planejamento diário com alguma estrutura, algum ensino específico, e atividades supervisionadas; um cuidador com conhecimento sobre o desenvolvimento infantil; um cuidador que seja positivo, envolvido e responsável pela criança.
     Muitas pessoas acreditam que as creches e centros de educação infantil são depósitos de crianças, que as mesmas ficam nesse ambiente só porque os pais precisam trabalhar e não tem outro lugar para deixar seus filhos. Sendo assim, Tiba (2002), diz que a creche não é um depósito de crianças, mas é um local que deve complementar a educação, principalmente a socialização delas.
     Como já mencionado anteriormente as crianças aprendem de várias maneiras, como por exemplo, tendo contato direto com o adulto e também por meio de interações com o mundo, segundo Moran; Masetto; Behrens; deve-se lembrar que:
A criança também é educada pela mídia, principalmente pela televisão. Aprende a informar-se, a conhecer os outros, o mundo, a si mesmo, a sentir, a fantasiar, relaxar, vendo, ouvindo, “tocando” as pessoas na tela, pessoas estas que lhe mostram como viver, ser feliz, infeliz e odiar. (2000, p. 33).
Como relata a citação acima, a criança aprende muito com a mídia, pois a mesma transmite informações, opiniões, desperta o interesse por determinados assuntos, estimula também diversos sentimentos, como por exemplo, amor, carinho, compaixão, tristeza, sofrimento e ódio. Se tratando de sentimento é imprescindível o monitoramento eficaz dos pais, para quando necessário intervir, explicar que aquilo é fictício, que não deve acontecer na vida real ou até mesmo transformar aquela informação em aprendizagem para a criança, por isso o acompanhamento dos mesmos é indispensável na hora de assistir televisão. Porém vale dizer que infelizmente não é sempre que isso acontece, devido à falta de tempo ou de preparo da família, muitas vezes os pais deixam seus filhos na companhia da “babá eletrônica” enquanto exercem suas tarefas habituais, tais como cuidar da limpeza e arrumação da casa, preparo de alimentos, entre outros.
     Devido às mudanças da sociedade, vale destacar que antigamente era possível presenciar crianças brincando, correndo e pulando nas ruas com os amigos, muitas vezes até o anoitecer, as brincadeiras eram extremamente divertidas, criativas e sem maldades, os brinquedos na maioria das vezes eram confeccionados pelas próprias crianças, com materiais recicláveis, já as crianças da atualidade, não desfrutam desse hábito prazeroso, pois ficam dentro de suas casas, intertidas com os meios de comunicação, tais como rádio, computador, celular, televisão e DVD, e também com os brinquedos tecnológicos, como, por exemplo, vide-game.
     Com essa nova rotina, os pais ficam mais tranquilos e despreocupados pensando que por seu filho estar brincando em casa ele está mais seguro. Fato esse prejudicial ao desenvolvimento da criança, principalmente pela falta de contato com outras crianças e a diminuição das brincadeiras e jogos ideais para a idade. Pacheco (2009) não esconde que a indústria cultural está mudando completamente os valores da sociedade, gerando novas características e posturas nas pessoas.
Massificação e solidão são características da globalização da indústria cultural. A mídia modela as posturas e cria necessidades levando ao consumo do supérfluo. Isso é feito não só por meio de estratégias de publicidade e marketing, como também por meio de estratégias subliminares, que desfilam diariamente em todos os gêneros televisivos.
(PACHECO, 2009, p.30).
A fala da autora relata o comportamento das crianças da atualidade. Como já mencionado, crianças cada vez mais isoladas, dentro de suas casas assistindo televisão ou utilizando computadores o dia todo, as brincadeiras de rua, foram trocadas por artefatos tecnológicos, sendo assim:
[...] poderíamos dizer que, no nosso cotidiano, o tempo, o espaço e o real perdem a referência, são substituídos por simulacros da mídia eletrônica, que passam a povoar o imaginário social. A sociedade de consumo, ao mesmo tempo em que oferece todo o conforto dentro do lar, retira as pessoas dos contatos interpessoais e impõe à criança os espaços privados, retirando-lhes os espaços públicos onde ela partilhava e usufruía da riqueza da diversidade cultural. (PACHECO, 2009, p.31).
     Para Belintane (2006), cabe à família e à escola oferecer às crianças, interações presenciais repletas de atividades que lhe permitam dispor de seu corpo, de sua memória e sensações. Pois o contato direto com outros indivíduos é muito importante e significante para o desenvolvimento da linguagem oral, como também para a vida afetiva e emocional, porém infelizmente cada vez mais se perde esse contato, pois muitas vezes pais e filhos preferem se isolar do mundo e brincar sozinho em suas casas, pois assim acreditam que tem mais segurança e privacidade e com isso não fazem exercícios físicos, se alimentam incorretamente, tornando se cada vez mais sedentários, aumentando cada vez mais a possibilidade de causar problemas gravíssimos, como por exemplo, obesidade infantil e excesso de timidez.
     Muito se pensa que o tempo no qual a criança passa em frente à televisão, poderia estar junto aos seus pais brincando, lendo uma boa história, cantando, se exercitando, dedicando-se aos estudos e até mesmo interagindo com outras crianças de sua faixa etária. Porém, o que mais acontece na prática são pais exercendo suas tarefas diárias e filhos entretidos com a televisão, muitas vezes recebendo informações desnecessárias, que se interpretadas de forma incorreta podem acarretar diversos problemas.
     Diante desses conceitos, é de extrema importância que a família analise o que seu filho assiste, ou ainda melhor, que assista junto com as crianças. O correto não é impedir que a criança assista televisão e sim auxiliar a selecionar o que assistir, é fundamental também que os pais conversem e expliquem o que é correto ou não sobre os assuntos que eles vêem, pois assim a criança desde cedo aprenderá separar o certo do errado.
     É importante dizer que infelizmente nos dias atuais as a criança passam muito mais tempo com os heróis da televisão do que com sua própria família, amigos e professores. E o pior é que na maioria das vezes esses heróis, são agressivos, violentos e falam palavrões frequentemente. Ressaltamos que estas cenas violentas podem ser vistas a qualquer momento, até mesmo, nos desenhos animados e programas designados ao público infantil, por isso a presença de algum adulto nesse momento é indispensável, de preferência os pais ou responsáveis, para intervir, pois assim a criança irá entender que aquilo que os personagens estão fazendo é incorreto e certamente não imitarão, pois aquilo que seus pais falam com certeza fica guardado na memória. Porém infelizmente as crianças estão cada vez mais desacompanhadas dos pais em seu crescimento.
[...] uma situação comum é a de crianças que ficam em casa sozinhas. Às vezes estão realmente desacompanhadas. Em outras, os adultos estão em casa, mas ocupados com suas tarefas e não dão atenção aos pequenos. O sentimento de solidão provocado pelo isolamento faz com que muitas crianças procurem na TV um companheiro. (ROSENBERG, 2010, p.3).
Por isso, nós adultos devemos estar cientes sobre os benefícios e danos que a mídia pode causar para consequentemente podermos auxiliar e instruir nossos filhos e alunos. Segundo Porto (1995), na sociedade moderna, a televisão é assistida por quase todas as crianças, deste modo, ela pode ser considerada como uma realidade, e não há como ignorá-la. A autora afirma ainda que a televisão faz parte da família, mantém vínculos constantes, ou seja, participa da vida familiar, e muitas vezes, dependendo da programação e dos interesses, até inibe o diálogo entre os familiares. Um bom exemplo disso é quando o último capítulo de uma novela ou um jogo de futebol acontece, fica um silêncio absoluto no local, se alguém tentar começar uma conversa, imediatamente é repreendido, pois está atrapalhando o entendimento do que a televisão está transmitindo.
     Vale lembrar que não podemos generalizar, pois também existem benefícios que a televisão proporciona para o desenvolvimento das crianças, Moran (1991) destaca que a capacidade que a televisão tem de estabelecer relações agradáveis, sedutoras e envolventes, não pode ser explicada só pela tecnologia, mas pela facilidade que essa indústria tem de captar as necessidades e anseios do público. Deslumbra, fascina, diverte, e manifesta sua força de apresentar e representar o mundo.
     Segundo os PCNs (1998), a televisão oferece uma variedade de informações e em muita quantidade, utilizando basicamente imagens e sons, o que a faz não depender necessariamente da cultura letrada. Desempenha importante papel na sociedade como socializadora de informações, formas linguísticas, modos de vida, opiniões, valores, crenças, que não pode ser desconsiderado pela instituição escolar. Por isso é importante que o educador utilize esse artefato em suas aulas, porém de forma saudável e enriquecedora para o aprendizado.
     Sendo assim a televisão torna se um meio de comunicação importantíssimo para o sucesso do ensino e aprendizagem. Os PCNs (1998) descrevem que: é comum que crianças e jovens tenham acesso, pela televisão, a informações diversas (sobre meio ambiente, conflitos internacionais, sexo, drogas, saúde, diferenças culturais etc.) que muitas vezes são fragmentadas, descontextualizadas, imprecisas, tendenciosas e até discriminatórias. Os alunos, embora ainda não tenham condições de compreendê-las plenamente, atribuem significados ao que veem. Na escola, é possível provocar situações que permitam atribuir outros significados a esses conhecimentos e a construção de outros saberes a partir deles, assim como desenvolver atitude crítica frente aos conteúdos veiculados.
     Se tratando de educação infantil, o ideal é que o professor extraia os assuntos e informações que a televisão transpôs e converta para o lado lúdico, por meio de brincadeiras, músicas teatros com fantoches, entre outros, assim certamente a criança irá entender de forma clara aquilo que a televisão quis passar.
     Através do uso da televisão conforme os PCNs (1998), é possível propor estudos comparativos de personagens e ambientes de novelas, desenhos, seriados; levantamento da estrutura narrativa de diversos programas; análise e elaboração de campanhas publicitárias etc. Também é possível propor simulações de programas (reprodução), como noticiários, entrevistas, debates, programas de variedades etc. Propostas desse tipo favorecem o desenvolvimento de habilidades relacionadas à linguagem oral e escrita, e de uma atitude crítica diante da televisão como veículo de informação e comunicação.
     Outro beneficio é utilizar a televisão em sala de aula, como estratégia e ferramenta de ensino, porém para que isso aconteça é importante que exista um grande preparo do professor, tais como o domínio da tecnologia e planejamento de suas aulas. Vale relatar ainda que os professores frente aos diversos métodos e artefatos que auxiliam o ensino e aprendizagem devem estar cientes que a linguagem oral e escrita continua sendo as peças principais para educação e alfabetização, mas devemos fazer o uso também dos meios de comunicação presentes em nossa cultura, tais como, rádio, computador, televisão, enfim a mídia como um todo.
     O professor tem um papel extremamente importante no ambiente escolar, pois ele estimula e contribui para a formação de opiniões e identidade dos alunos, por isso o mesmo deve estar em constante aprendizagem, buscando novos conhecimentos, visando sempre um ensino de qualidade frente às novas tecnologias e diferentes meios de transmitir seus conhecimentos historicamente acumulados.
      Sendo assim os PCNs (1998) relatam que a simples presença de novas tecnologias na escola não é por si só, garantia de maior qualidade na educação, pois a aparente modernidade pode mascarar um ensino tradicional baseado na recepção e na memorização de informações. A concepção de ensino e aprendizagem revela-se na prática de sala de aula e na forma como professores e alunos utilizam os recursos tecnológicos disponíveis. A presença de aparelhos tecnológico na sala de aula não garante mudanças na forma de ensinar e aprender. A tecnologia deve servir para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a construção de conhecimentos por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa por parte de alunos e professores.
     De acordo com Moran (2008), a televisão, o cinema e o vídeo, CD ou DVD - os meios de comunicação audiovisuais - desempenham, indiretamente, um papel educacional relevante. Passam-nos continuamente informações, interpretadas; mostramos modelos de comportamento, ensinam-nos linguagens coloquiais e multimídia e privilegiam alguns valores em detrimento de outros.
     A ideia de que a mídia televisiva influencia o homem, principalmente a criança está presente em vários conceitos analisados, pois nessa faixa etária a criança está em fase de aprendizagem, onde inicia à formação de sua personalidade, caráter e identidade, sendo assim:
Conhecer a criança é pensá-la não apenas numa perspectiva evolutiva e etária. Conhecer a criança é pensá-la como um ser social determinado                     historicamente. Conhecer a criança é pensá-la interagindo dinamicamente, influenciando e sendo influenciada. Conhecer a criança é pensá-la como um ser de relações que ocorrem na família, na sociedade, na comunidade. É conhecê-la em casa, na escola, na igreja, na rua, no clube, em grupos sociais, nas “peladas”, enfim, em todas as suas atividades. (PACHECO, 2009, p.32).
                      Vendo a criança dessa maneira, é possível compreendermos que a mídia está fortemente presente e vinculado à sociedade, a mesma exerce um papel extremamente significante no que diz respeito ao desenvolvimento do indivíduo. Com isso, fica evidente que a criança é influenciada frequentemente por esse artefato tecnológico.


Biografia:
Élen Carla Coutinho, nascida no dia 24 de Janeiro de 1991. Filha de Emanoel da Silva Coutinho e Maria de Lourdes dos Santos Coutinho. Graduada em Pedagogia e Pós Graduada em Educação Infantil, Arte e Educação e Gestão Escolar.
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