Queria compor uma poesia
onde só coubesse a noite de ontem
e esse dia
azulado
pardo
nublado
por faróis de estrelas
que giram ao redor do sol...
Nela poria ovos de metáforas seculares,
abriria a caverna para que saíssem
os machados e seus pterodáctilos,
rubros índios de gestações
sem a mínima parteira
dançariam ao redor
do fogo da anunciação,
queria compor essa poesia
como compõem os minérios
na noite silenciosa,
este dia...
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