A vida passa, passa e sempre passará,
veja o líquido do céu
se transformando
em mar,
as lágrimas de nuvens sedosas
a rirem de rir de si até que se dissolvam,
cálidos rostos cínicos a se despirem,
escamas douradas representando o vindouro,
cálices de reis submersos, livres de reinos,
momentos que escaparam do relógio do tempo,
frígida hora que secou o invento,
nada mais resta senão o fiapo
que mancha o sobretudo negro...
Abra sua voz
e encontrará em seu ventre
poetas agoniados,
repentes fluídicos encapsulados,
abra seu medo
e verá
dragões voando
onde aviões passam em horário marcado...
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