Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Turbeculose X
R.N.Rodrigues

X

As primeiras altercações de minha impaciente cunhada a respeito da cadela que Larissa levou pra o terraço.
       В жизнь мастерская

     
     - Guten Morgen, mein Leben!

    Depois de quase uma semana aqui estou novamente no meu velho ambiente de trabalho. Como supunha a conta de luz chegou, uns pedaços de reboco do teto caíram. Com seria bom se ou achasse uma cédula de cem reais dando bobeira, daria cinquenta para minha incansável cunhada e o restante mandaria buscar o meu livro. Como sonho com isso, fico apenas namorando-o, enchendo-me de alegria. Mas um dia vai chegar, porque Deus é pai e dar o pão conforme a fome. A oficina continua naquela de sempre. O meu vizinho, o barbeiro Costa tira o carro da garagem, a esposa do dono da Farmácia ao celular de óculos escuros - a nova companheira de Socinho e seu filhote, os pneus arrumados uns sobre os outros na calçada em frente a borracharia de Dom Carlos.


   No quarto após passeio pela praça do Bacurizeiro, depois que fechei a oficina e fiquei sabendo do triste episódio que fora vitima Seu Jailton Pé-de-Pato, foi furado por Esquerdinha ontem ao meio-dia. Enfim um peido fedorento, quando levantei para apanhar uma carta deixada na cancela do terraço para Seu Pietro. Minha cunhada fritou uns pedaços de peixe para o marido muito honrado deitado na cama, a panela de pressão em pleno vapor cheio de feijão. O banho das pequeninas, Brunielle vez enquanto me espia por trás da improvisada e encardida cortina do quarto de Larissa que saiu com Sarinha para comprarem as novas indumentarias necessárias para irem ao Congresso do salão.

- Larissa compra um quilo de arroz - pede a mãe. Professor tosse no quarto, fico de orelha em pé - Viajando com Fitzgerald flanando pelas ruas de Paris com a pequena Rosemary, a atriz de 18 anos e Dick & esposa. Li este livro em 2009, quando apanhei na estante no quarto de Maday em São Vicente de Ferrer, numa terça-feira antes de embarcar de volta para cá. Larissa a contragosto vai comprar o arroz, parece que a pobreza esta chegando. O cheiro forte de meu suor na camisa. As irmãs já foram, a mãe robusta e sempre elegante veio busca-las depois do almoço, ficando apenas a pequena Clara a espera da dela que ficou de vim busca-la a noite. pela manhã no oficina, o pedreiro Clayton fez-me companhia até quando fechei - Sorriso, o negão do São Benedito, gabando-se que vai se candidatar a presidência da Associação Comunitária. E no finalzinho chegou Samuel que iria visitar o seu terreiro na invasão nas terras de Seu Milton.

    Novamente, ou melhor, faz três dias que não vou ao terraço pegar um “fresco’ no crepúsculo prefiro ficar deitado na cama, em posição contraria com os pés na cabeceira, para ver melhor a chegada da noite”. As vozes da televisão do quarto de Professor.
   - Já vaia - diz ironicamente minha cunhada para Seu Pietro, o seu factotum que sai todo bem vestido e perfumado de uma colônia barato que todos nós usamos que é dela.

   Aproveito o tempo para ler e as vezes sonhar, as vezes fico imaginando que meu livro vendeu vinte mil exemplares e receberei um cheque de vinte mil reais. A qualquer momento o carteiro-motoqueiro da Sedex entregará o envelope com o sonhado cheque que mudaria o meu destino.Uma falsa maneira de encarar a minha triste e pobre situação. Vejo o telejornal, minha cunhada relaxada pouco , rir de alguma cena engraçada da novela. Antenor sentado na sagrada mesa janta silenciosamente e solitário. Encontro uma conta antiga de energia de meu irmão tio Willi entre as paginas do romance de "Suave é a Noite'. Como é ruim ser pobre, fudido e azarado. Exultante ao ler uma critica sobre o livro de Joyce - o grande James Joyce, o caolho irlandês, autor do santo graal literário "Ulisses" - para minha felicidade tenho "Retrato do Artista Quando Jovem" que li a primeira vez nos anos 80 na casa Bamba no Desterro. Depois de uns trinta anos comprei outro exemplar que com certeza relerei depois de terminar Fitzgerald.


Biografia:
Sou ludovicense, serralheiro e adoro escrever. ja publiquei dois livros de poesias e agora estou publicando os meus poemas no site francês.
Número de vezes que este texto foi lido: 55635


Outros títulos do mesmo autor

Romance O grande caderno azul -LXVIII R.N.Rodrigues
Romance Além das nevoas azuis I Onde tudo começou R.N.Rodrigues
Romance O grande caderno azul -LXVIII R.N.Rodrigues
Romance O grande caderno azul - LXVI R.N.Rodrigues
Romance O grande caderno azul - LXV R.N.Rodrigues
Romance O grande caderno azul - LXIV R.N.Rodrigues
Romance O grande caderno azul - LXIII R.N.Rodrigues
Romance O grande caderno azul- LXII R.N.Rodrigues
Romance O grande caderno azul - LXI R.N.Rodrigues
Romance O grande caderno azul - LX R.N.Rodrigues

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última

Publicações de número 21 até 30 de um total de 171.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
Paralisação nacional nas universidades federais - Flora Fernweh 58099 Visitas
Computador formatado, ano novo! - Vander Roberto 58010 Visitas
Como reduzir nocividades nos ambientes com o RN1 - Isnar Amaral 57998 Visitas
Eventos incomuns - Flora Fernweh 57997 Visitas
A democracia de museu — Parece, mas não é 🔴 - Rafael da Silva Claro 57954 Visitas
APRENDIZAGEM SOB A PERSPECTIVA DO PSICOPEDAGOGO - Sandra Teixeira da Silva 57953 Visitas
A Alemanha ressurge das cinzas - Vander Roberto 57949 Visitas
BOLERATA EM SERRO. - MARCO AURÉLIO BICALHO DE ABREU CHAGAS 57947 Visitas
🔴 Quem lacra não lucra - Rafael da Silva Claro 57913 Visitas
Sincronia Sistêmica: - Isnar Amaral 57880 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última