Ensina-me, oh caminho,
como andar entre videiras
sem tornar-me vinho,
como aquietar-me como as brasas
do fogo que se foi sem abrasar-me as asas
que buscam sobrevoar o Índico?
Ensina-me, oh silêncio,
como dizer esta poesia
apenas os lábios movendo,
como escapar da prisão interior
que me foi dada desde o ulterior
momento em que nasci no ventre do tempo?
Ensina-me, oh morte,como viverias esta vida
se possível fosse curar-me de tua ferida
que trespassa meu corpo feito de memória,
como poderia roubar dos anjos a permanência
se o que tenho nas mãos é apenas ciência
que some conforme passa a passar
a história?
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