O que me resta de ar
é o quanto me resta de sonho,
que respiro como faz o ar
no seio da brisa, risonho...
Não procuro abrigo no silêncio
pois sei que me dirá para que siga,
que caminhe como faz o tempo
nas estações em que se multiplica...
Olho as construções dos homens
e sei que perecerão como castelos de areia,
como some repentinamente na fome
o corpo do mel misturado à aveia...
O que me resta de palavras as componho
em arquiteturais pontes de pensamento
para que por elas passem os que ponho,
por amor e carinho, no coração, dentro...
|