Não me peça para explicar o que não sei,
porque chove, porque um homem é feito rei,
como são feitas as gotas de lágrimas doces,
se são criadas com açúcar
ou são naturais como se fossem
criadas para miúdos choros,
nem me peça para explicar
como a terra transforma pó em ouro...
Sei que quando acordo não tenho explicação
para o desejo que sinto de manteiga e pão,
nem para o café que solta raios perfumados,
nem como são feitas as lâminas do arado...
Apenas ergo o corpo em direção ao sol,
como fosse apanhado por um anzol
de luz,
faço o sinal da cruz,
me lavo, me limpo,
me visto, me sinto
pronto para seguir
o caminho que sempre segui,
ser quem eu sou,
sem saber de nada,
sabendo apenas que vivo
e viverei com amor
como sempre vivi...
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