Sentado,
olhando a vida passar, acelerada,
rodas que rodam solitárias pela estrada,
seguem um caminho sem fim,
flores mortas no jardim,
rosas despedaçadas...
Olhando
o depois do quando
de todo dia,
caço a pouca poesia
que resta a quem a procura
entre os vãos da sanidade e da loucura...
Andando
sem tempo de parar para um descanso
olho as estrelas no céu
e elas parecem estar
sempre no mesmo lugar,
nós é que mudamos à procura do destino
como se ele estivesse num mapa
desenhado por um menino
na escola da nossa aprendizagem
nos dizendo - olá, até logo -
sigam viagem...
Pergunto ao tempo por que dói sonhar
num tempo de réguas e medidas,
ele me diz, calado,
assim é o estar nas horas
de toda a vida...
|