ABSTRATO
É o tempo que passa
Não resta esvoaça
Se perde e se esvai
Como folha que cai.
Nômade de mim
Caminho assim
Sem mais atenção
A vida é de roldão.
São caminhos de pedra
De tropeço e de queda
Não há nada de flor
Somente estupor.
O suor é a rima
Que faz a volta por cima
E não poupa ninguém
Que quer ser alguém.
Desse pântano sou flor
Mas também eu sou dor
Convertido em poesia
Neste fel que judia.
Sou tropel, sou cavalo
Sem elmo e sem alo
Abstrato de mim
Eterno e sem fim!
Santaroza
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