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Lavinsk Vetter |
Resumo: amor em desencanto, se desfazendo aos poucos |
O que restou de nós
E que ficou pra nós
É tudo que não sonhamos
E que prometemos
Que não seria: escombros!
Porventura...
O amor acabou?
Foi embora o amor?
Bateu em retirada o amor?
Está o amor dando um tempo?
O amor cansou?
O que houve com o amor?
Vivemos como dois velhos
Que já viram os pais morrerem,
Os filhos crescerem,
Os netos crescerem,
Os bisnetos crescerem
E agora sozinhos
E com a vida completa,
Com a missão cumprida
Não se veem mais na obrigação
De provar o amor:
Amam em silêncio!
Amam na forma mais pura do amor:
- com os olhares, com o carinho,
Com a preocupação de que o degrau
Da escada do quintal é um abismo...
Amam sem estardalhaço,
Sem emoção, mas com devoção,
- devoção que nos falta –.
Não sei se não têm mais força
Para gritar o amor que sentem
Ou simplesmente têm receio de acordar
A morte que dorme tranquila
No batente da porta.
Mas os jovens não.
Não se plica ao amor jovial
A regra que se aplica ao amor maduro.
O amor nos jovens precisa de vozerio
Para não acordar a morte
Que assim como um cão fiel,
Está sempre à porta e só se acalma
E tira o seu cochilo
Se houver algazarra.
A morte que mata o amor nos jovens,
Ao contrário da que mata o amor nos velhos,
Mantem-se embernada enquanto existe farra!
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Biografia: O poeta Lavinsk Vetter vem assegurando seu lugar ao sol graças a sua maneira simples e bem elaborada de organizar palavras. Assim ele se define: um organizador de palavras. Tem dois livros editados. É membro correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni, MG; é ator, comediante, contista, romancista, admirador de cultura popular, um sonhador. Seu mais recente livro foi lançado na Bienal de São Paulo em agosto de 2008. Mais sobre o autor acesse: WWW.lavinskvetter.com. Lavinsk Vetter: certeza de bons textos, prazer de uma boa leitura.
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