Um homem passou mirabolante
pela estrada de aço e concreto.
Nos seu caminhos havia apenas
a ilusão de ser único
e intransponível, onipotente;
seu derradeiro momento de glória.
A mulher ao lado quase não sorria.
Era a mesma que ainda ontem
sorria garbosamente,
exibindo o ouro recém-conquistado,
o vestido, e mais além –
o corpo artificialmente esculpido.
Naquele momento via-se rugas
e não um sorriso verdadeiro,
as mãos seguravam a bolsa com firmeza.
Eram o êxtase e a agonia,
como a apoteose de um típico drama urbano.
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