Há algo perdido entre nós:
É a cumplicidade dos velhos tempos,
de um jeito apaixonado e colorido.
E o êxtase de pulsar os corações
quando os olhares, a um momento,
repentinamente se encontram
quase não existe.
Deveria ser como sonhos que se criam com os anos.
E como a brisa que refresca a pele em uma noite de outono.
Mas o que vejo e o que ouço
não é o que sinto.
É que, de tão intenso,
tudo tornou-se o mesmo:
O mesmo sabor, paixão sem medida, sem temperança, momento de calma ou agito.
Tudo é superlativo.
Tudo deve emocionar, às mil maneiras, sob quaisquer expectativas.
Tudo é o absurdo e a prosopopeia, inscritos no mesmo círculo de prata.
E neste ciclo, às expensas de um toque de marketing e impulsão a consumismo desenfreado,
segue o mundo a seu toque, absorto, iludido, malfadado a repetir seus próprios passos.
E assim prossegue caminhando.
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