Sim, eu acredito,
não em tudo e nem em todos;
não no João, nem no Benedito,
mas na galinha e no ovo...
Creio na postura do cisne no lago,
na cor da estrela que se deita em meu caminho;
não creio nas frutas verdes no pasto
mas creio nas uvas depois que se tornam vinho...
Sim, não creio em promessas,
nem em queixumes em demasia;
creio em quem vai, depressa,
buscar, pela mão, a poesia...
Creio nos seios da amada no quadro exposto,
no fato de haver esperança depois da chuva;
não creio em quem maquia em demasia seu rosto,
mas creio em mãos sem unhas dentro de luvas...
Sim, não creio em lobo mau,
menos ainda no chapeuzinho vermelho;
só creio na crença sentimental
quando me tremem os joelhos...
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