Voar, se impossível ao corpo,
fácil ao possível e louco
gesto de nobreza
do homem que salta no abismo,
que procura o que escondi,
o que verdadeiramente sinto,
que aos poucos com a verdade confundi
quando digo que não minto...
Entre montanhas de pensamentos
passeia o homem sem pensar no tempo
que escoa de sua ampulheta finita,
que não ouve a voz de sua alma
que infinitamente grita...
Aos poucos do homem some sua aparência,
que o procura uma outra ciência,
a de fazê-lo igual à Sansão,
às mãos de Dalila dá-lo, então,
para que volte, definitivamente,
à verdadeira vida...
Que viva do que sabe e do que procura,
que encontre a pérola imersa no jarro
para que ilumine em sua noite mais escura
a flor de sua alma em seu corpo de barro...
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