Nós dois decidimos que não iríamos conversar por e-mail ou por torpedo. Preferimos as cartas. Ela teria que se ausentar por causa de uma viagem de trabalho, e um dos seus assessores ficou responsável em trazer, no maior sigilo, as cartas dela e levar as minhas a ela.
Abri sua primeira carta.
‘’ Peter meu amor,
Quando penso em você, primeiro penso em sua boca. Em seus lábios, depois na forma que eles ficam quando está sério, ou quando está fazendo caretas. Eu penso em muitas coisas.
Na primeira delas é que, eu realmente quero você. E se a minha resistência do começo que nós nos conhecemos foi senão um contra-ataque de mim mesma. Porque, eu não quero ter novamente um lugar ocupado por lágrimas e solidão deixado por quem um dia eu amei.
Penso em como você me possui, possui meu corpo. E em essência, em como tudo se transforma em suas mãos. Minha pele quer novamente o seu toque. E é difícil apenas me abster de seus beijos e carícias, é difícil não ter seu olhar presente. Não ter você ao meu lado. Por isso, gasto inúmeras páginas do meu velho caderno escrevendo o que eu gostaria que fosse verdade.
Enumerei alguns desses momentos fictícios.
Quero que você me beije ate que o próprio tempo diga chega para nós dois. Quero seus lábios percorrendo-me toda. E todas as noites e a cada amanhecer.
Quero ouvir seus gemidos e seus ‘’ Ah! ‘’ a cada vez que eu toca-lo lá em baixo. Você sabe onde.
Escreva para mim momentos ‘’provocantes’’... Como ‘’O que você faria comigo?’’
E por fim, queria aninhar-me ao seu lado todas as noites.
De sua mulher e amada,
EMILLY.
Escrevi minha parte para ela. Peguei a caneta e retirei dos meus velhos cadernos uma folha amarelada.
‘’Minha Mulher amada,
Eu também penso em diferentes coisas, contudo em diferentes ângulos.
Me lembro quando vi seus olhos pela primeira vez. Este é o momento que guardo.
Não sou muito bom em escrever, mas farei o que for melhor.
Se estivesse aqui, agora ao meu lado eu colocaria uma musica que resumisse o momento. Depois, tiraria sua roupa com a boca. Peça por peça. Tomaria um vinho, o melhor se possível, e a beijaria numa banheira. E iriamos transar lá, ate que seu próprio corpo pedisse uma folga. O que eu realmente esperaria que não acontecesse.
Eu poderia resumir esses momentos fictícios detalhadamente, mas preciso trabalhar.
Lembre-se de mim sempre que mordiscar a pontinha de um lápis, esse é o meu momento sexual preferido...
De mim, seu amado e escravo sexual cujo nome se dá por Peter, espera ansiosamente tua volta.
Peter, e meus lábios (estou caindo de rir com sua escolha da parte preferida do meu corpo, eu com certeza escolheria outra coisa...)
Beijo, te amo.’’
Dias se passaram e eu tentei entender o porquê o envio de cartas não era mais feito. Foi então, que outra carta chegou...
Continua...
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