A CASA DOS BICHOS
Eu moro na Casa dos Bichos. Aqui tem de tudo: aranhas, bezouros, vaga-lumes, hienas, hipopótamos, porcos, burros, girafas, fanáticos, etc.
Quer conhecê-la? Vamos lá, então!
Na entrada temos o tigre Fóssius! Ele coordena a entrada e saída dos animais. Seu lema é: “Esconda seu rabo, alguém pode ver”. Sua ajudante-mór é Medelena, uma espécie de macaca em extinção. Para fazer seu serviço, além de usar uma vassoura como meio de transporte, ela engata seu rabo em vários lugares para poder fazer o serviço mais depressa.
No primeiro cômodo mora o Tibúrcios, uma espécie de curandeiro que atende os bichos doentes. Ao seu lado moram duas semi-peruas que estão fazendo curso para não serem peruas.
O segundo cômodo é habitado por uma porca-tiradentes. Ela realmente trata os animais com dor de dentes receitando vários remédios que nem sempre surtem efeitos.
- Tok, tok, tok, e eu, e eu? Ao lado, quem está esborrifando é a Perua-lição-de-moral, que recebeu uma cantada e não concordou.
O terceiro cômodo abre as portas para mostrar duas cinderelas: - um casal de besouros, que ninguém sabe quem é macho ou fêmea! No terceiro andar mora Magnaflor também, uma espécie de girafa inconformada da vida.
No quarto cômodo não mora ninguém. Dizem que era habitado por pombas prostitutas, que por excesso de amor, tiveram que se mudar.
O quinto cômodo serve de pastagem para animais com fome, ou mais precisamente, um ponto de encontro para animais. Uma espécie de Petit-Fleur animalesca.
Mas vamos adiante. O sexto cômodo serve de pousada para animais visitantes. Por isso, ali aparece de tudo: mariposas, patas selvagens, gatos amancebados, peixes que perderam o rio, tubarão sem mar e outros.
O sétimo cômodo é o mais intelectual. Ali mora este que lhes escreve, ladeado de uma hiena idosa, uma loba selvagem com sua lobinha e um casal de pirilampos.
O oitavo, nono e décimo-cômodos são habitados por bichos desconhecidos.
Mas, é no décimo-primeiro cômodo que encontramos um animal digno de nota: é o macaco-rei Leonir, que por sua intelectualidade marcante acha-se envolvido num caso de amor com a pequinêz Alvissar, uma espécie de trombada de elefante.
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