ASPECTOS DA SEXUALIDADE NO PROCESSO DO ENVELHECIMENTO
RESUMO: A sexualidade no idoso está intimamente relacionada à qualidade de vida, só podendo ser compreendida desde que se parta do principio de que esta compõe a totalidade do ser. O presente estudo tem como objetivo investigar como as pessoas da terceira idade vivenciam a sua sexualidade, abrangendo pessoas do sexo masculino e feminino que freqüentam o grupo de idosos do SESC. Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa, para a qual será utilizada como instrumento um roteiro com questões fechadas que serão aplicadas em cinco pessoas do sexo masculino e cinco do sexo feminino. O questionário será preenchido pela autora da pesquisa como forma de entrevista. A pesquisa foi realizada no centro de convivência de idosos do SESC no Município de Umuarama-Pr.
Palavras-chave: idoso, feminino, masculino, questões, sexualidade.
INTRODUÇÃO
A sexualidade é um tema muito difícil de ser abordado, principalmente na terceira idade, com isso dificulta as adaptações, as superações de tabus, preconceitos e as dificuldades relacionadas ao processo do envelhecimento. Ressalta-se a importância de novos esclarecimentos nesta área, para que essas pessoas não sintam-se reprimidas em relação a sua sexualidade e desejos. A sociedade e o idoso precisam se interagir, ampliando seus horizontes e conceitos sobre a sexualidade e o processo do envelhecimento, pois com o aumento do número de idosos existe a necessidade de conhecer essa população aumenta cada dia mais.
A presente pesquisa é relevante, tendo se em vista o acentuado crescimento da população idosa que, de acordo com o senso demográfico de 2000 do IBGE, a população de idosos representa um contingente de quase 15 milhões de pessoas, ou 8,6% da população brasileira, sendo que nos próximos 20 anos a população idosa poderá ultrapassar os 30 milhões o que deverá representar quase 13% da população.
Em razão da carência de estudos sobre a realidade do idoso, no contexto que se refere a sexualidade na terceira idade, e devido a busca de melhorias na qualidade de vida a qual está entre os propósitos da humanidade.
Segundo Risman (2005), a falta de informações sobre o processo de envelhecimento, assim como as mudanças na sexualidade na velhice,tem contribuído para manutenção de preconceitos e, consequentemente trouxeram muitas estagnações das atividades sexuais.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O envelhecimento é cada vez mais comum em nossos dias. Diversos fatores têm contribuído para que as pessoas vivam mais tempo, constituindo-se assim, um contingente populacional específico, cada vez mais numeroso, e com necessidades peculiares.
Carvalho Filho (2005) afirma, O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo da vida humana, na qual há alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas, que vão alterando progressivamente o organismo. O envelhecer é, pois um processo normal que caracteriza uma etapa da vida do homem, com realidade própria e diferenciada.
Segundo Rodrigues (1996), o organismo de uma pessoa idosa caracteriza-se por alterações estruturais e funcionais, portanto as mudanças ocorridas nessa etapa da vida não devem ser vistas isoladamente. As alterações nos diversos órgãos e sistemas interrelacionam-se. Os aspectos biológicos e psicossociais se interagem não podendo separá-los.
As mudanças ocasionadas pelo envelhecimento produzem perturbações no equilíbrio e requerem múltiplas exigências adaptativas, os indivíduos muitas vezes enfrentam dificuldades para preservar a identidade pessoal e a integridade de alguns papéis e funções, sobretudo aqueles relativos à sexualidade que a sociedade atentamente vigia. (VASCONCELOS et al, 2004).
Quanto melhor tenha sido as adaptações quando jovem adulto, melhores serão as adaptações no processo do envelhecimento. Será difícil envelhecer tranqüilo a juventude foi marcada por perturbações emocionais e por frustrações.
O ambiente onde se vive é extremamente importante no processo do envelhecimento, sendo assim, um ambiente pleno de carinho e atenção juntamente com uma serenidade afetiva, favoreciam o acomodamento do envelhecimento.
Ainda há uma grande desvalorização e preconceito em relação a terceira idade, o idoso geralmente é atribuído pela sociedade como invalido e incapaz crônico.
Segundo Ferreira & Caputo et al (2002), a sociedade determina e preestabelece papéis, funções e estatus, na qual a valorização de uma pessoa é atribuída a fatores relacionadas a capacidade intelectual e a condições de produtividade.
O ser idoso deve estar ativo e adaptar-se com as novas limitações reais, continuando a perseguir finalidades, que dêem sentido a vida, não havendo a necessidade de tornar esse período razão de angústia.
A sexualidade na terceira idade está intimamente relacionada a uma boa qualidade de vida. A sexualidade é um fator que ocorre naturalmente na vida do ser humano. Segundo Garcia & Galvão (2005), é um elemento básico da personalidade que determina no individuo um modo particular e individual de ser uma forma de expressão que se adquire e se aperfeiçoa durante a vida inteira.
A sexualidade na terceira idade pode ser exercida das mais diversas maneiras, não só necessariamente ao ato físico do coito, mas sim, das mais diversas formas de carinhos. A opção de exercer a sexualidade sim ou não, só diz, respeito ao idoso, merecendo este ser, respeitado pela sua escolha.
De acordo com Vasconcelos apud Catusso (2005), a sexualidade do idoso está relacionada, ao processo de intimidade que há entre ambos. Dificilmente a intimidade e o sexo acontecem aleatoriamente, uma completa o outro, fazendo com que a sexualidade faça parte da intimidade emocional e física do idoso.
Segundo Monteiro (2002), intimidade implica confiança, acreditar no outro, entregar-se sem medo, seguir em frente sem arrepender-se sendo o que se é, e estar em contato com a realidade do parceiro, sem julgamentos.
A sexualidade é um importante componente da vida das pessoas mais idosas, ao longo da velhice, a sexualidade abrange mais do que ter a capacidade física para ter uma relação sexual. É um sentimento ou atratividade e desejabilidade uma relação ao sexo oposto e por parte deste. (...) (ROACH, 2003).
De acordo com Azevedo apud Dantas (2001/2002), homens e mulheres, continuam a apreciar as relações sexuais durante o envelhecimento, estes devem se conscientizar das alterações que o processo do envelhecimento ocasiona, essas mudanças podem até a prejudicar a satisfação sexual, mas uma boa adaptação determinará o prazer sexual. O casal deve investir nas mais diversas formas de carinho como, um gesto, um toque, um olhar durante o transcurso do dia, aumentando cada vez mais a cumplicidade do casal.
Ao nos referirmos com a sexualidade na terceira idade, nos defrontamos com uma série de preconceitos e tabus ainda existentes, a sexualidade nem sempre é tratada com abertura, a sociedade, muitas vezes, teme a idéia de que pessoas mais velhas possam ter vida sexual ativa, prevalecendo a idéia de que essas pessoas são seres assexuados influenciando de forma negativa a vida do idoso.
O sexo na terceira idade não é culturalmente aceito pela sociedade, um ato de afeto e carinho entre dois idosos, como, um beijo, é capaz de provocar atitudes de reprovação e em alguns casos até poderá a vir a ser evitado, o idoso poderá vir a sofrer pressões e rejeições da sociedade e até mesmo da família.
Segundo Lopes & Maia (1994), apesar de nossa sociedade não incluir o sexo da pessoa no processo do envelhecimento coma parte do cotidiano, nada envelhece mais do que a predisposição psicológica de sentir complexo de inferioridade.
A auto-estima é fundamental na sexualidade do idoso, faz-se necessário manter sua vaidade fazendo com que se sinta atraente.
Vasconcellos (2004), Com o processo do envelhecimento, muitas pessoas aproveitam essa etapa da vida como desculpa para se livrarem da obrigação de manterem uma vida sexual ativa, atribuindo o envelhecimento à incapacidade sexual, cortando de vez algo que antes já era indesejado.
Segundo Catusso (2005), ao chegar à terceira idade, muitas vezes se constata alguns problemas físicos que dificultam ou impossibilitam a sexualidade. Homens e Mulheres buscam reverter o que o tempo lhes trouxe, através do excesso do uso de bebidas alcoólicas, fumo, comidas gordurosas, noites mal dormidas e etc.
Segundo Máster e Johnson (1970) apud Vasconcelos (2004), muitos homens interpretam as mudanças fisiológicas como sendo sintomas de impotência, acuados com a auto-estima baixo, evitam ter relações, devido ao receio e ao medo de não conseguirem uma ereção, evitando assim, confrontos e frustrações.
Entretanto, sexualidade do idoso não pode ser interpretada somente por aspectos negativos, pois há vários fatores positivos que favorecem o relacionamento sexual, como o maior número de horas livres, a ausência do risco de gravidez, e a maturidade do casal.
De acordo com Lyra & Jesus (2007), são observados muitos problemas a nível de saúde pública, relacionado a falta de uma educação sexual adequada, onde esta foi rodeada de repressões constantes na fase de descobrimento da sexualidade:
A sexualidade saudável adquiriu papel relevante em nossa sociedade com o avanço da medicina educação e qualidade de vida. Tornou-se fundamental a pessoa manter ao longo de sua existência uma atividade sexual prazerosa e satisfatória, apesar das mudanças que o envelhecimento ocasiona (PAPALÉO NETTO apud LYRA & JESUS, 2007).
Segundo Monteiro (2002), vivenciar a sexualidade na amplitude do prazer é uma questão de permanecer ativo e interessado no pulsar da vida. O idoso vivenciará a vida sexual de acordo com o que se permitiu na juventude, se a ela se entregou e usufruiu de forma saudável, saberá trilhar caminhos de satisfação na velhice. Portanto sexo e amor são desejos vitais que permanecem por toda a vida.
MATERIAL E MÉTODO
O tipo de pesquisa utilizado, foi a descritiva com abordagem quali-quantitativa, abrangendo dez idosos cadastrados no programa da terceira idade do SESC, no município de Umuarama.
Os critérios utilizados para selecionar os participantes dessa pesquisa foram: Estar dentro da faixa etária de 60 a 75 anos e estarem dispostos a responder as questões que lhes forem perguntadas a respeito da sua sexualidade.
O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário semi-estruturado com doze perguntas que versam sobre a relação do idoso com sua sexualidade. Os dados foram coletados durante os encontros realizados pelo SESC com os idosos, nas dependências da referida instituição.
Os dados foram analisados, discutidos e apresentados em tabelas para melhor compreensão sobre o assunto.
De acordo com os aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos, preconizados na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (1196), foram assegurados aos participantes informações sobre os objetivos, benefícios, privacidade, sigilo, o termo de consentimento livre e esclarecido e a
liberdade para desistir a qualquer momento da pesquisa.
Após a submissão e aprovação desse projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo seres humanos (CEPEH) foi iniciada a coleta de dados.
APRESENTAÇÃO DOS DADOS DA PESQUISA DE CAMPO
A primeira pergunta enfocou o gênero dos entrevistados. Nesta questão, cinco entrevistados eram do sexo masculino e cinco do feminino.
Na segunda pergunta foi questionada a idade dos entrevistados. Nesta questão, 3 mulheres têm 60 anos, 1 com 65 anos e 01 com 70. Quanto ao sexo masculino, cinco homens têm 60 anos, 1 com 70 e 1 com 60, conforme a tabela 1.
Tabela 1: Idade dos entrevistados
HOMENS
60 anos 1 14%
65 anos 3 72%
70 anos 1 14%
MULHERES
60 anos 3 60%
65 anos 1 20%
70 anos 1 20%
A terceira pergunta enfocou o estado civil dos entrevistados. Nesta questão, 2 mulheres eram separadas, 2 viúvas e 1 casada. Quanto aos homens, 1 era casado, 2 separados e 2 viúvos (tabela 2).
Tabela 2: Estado civil dos entrevistados
HOMENS
Casados 1 20%
Separados 2 40%
Viúvos 2 40%
MULHERES
Casadas 1 20%
Separadas 2 40%
Viúvas 2 40%
A pergunta 4 permitiu conhecer o grau de escolaridade dos entrevistados. Nesta questão, 4 homens tem o 1º grau completo e 1 é analfabeto. Quanto às mulheres, 1 tem curso superior completo, 2 1º grau e 2 são analfabetas (tabela 3).
Tabela 3: Escolaridadedos entrevistados
HOMENS
1º Grau completo 4 80%
Analfabeto 1 20%
MULHERES
Superior completo 1 20%
1º Grau 2 40%
Analfabetas 2 40%
A questão 5 teve o seguinte enunciado: “falar sobre sexo é muito difícil para você?” Nesta questão 3 mulheres responderam “sim” e duas “não”. 4 homens responderam “sim” e 1 “não” (tabela 4).
Tabela 4: Falar sobre sexo
HOMENS
Sim 4 80%
Não 1 20%
MULHERES
Sim 3 60%
Não 2 40%
A pergunta 6 teve o seguinte teor: “você tem vida sexual ativa?” Os homens responderam assim: 2 as vezes, 2 sempre e 1, nunca (gráfico 9). As mulheres 2 nunca, 1 sempre e 2 as vezes (tabela 5).
Tabela 5: Vida sexual ativa
HOMENS
Ás vezes 2 40%
Sempre 2 40%
Nunca 1 20%
MULHERES
Às vezes 2 40%
Sempre 1 20%
Nunca 2 40%
A pergunta sete teve o seguinte enunciado: “Qual é o seu grau de satisfação em relação à sua vida sexual?” 3 homens responderam que estão satisfeitos, 1 insatisfeito e 1 muito insatisfeito. 3 mulheres estão satisfeitas, 1 muito insatisfeita e 1 insatisfeita (tabela 6).
Tabela 6: Satisfação em relação à vida sexual
HOMENS
Satisfeito 3 60%
Insatisfeito 1 20%
Muito insatisfeito 1 20%
MULHERES
Satisfeita 3 60%
Insatisfeita 1 20%
Muito insatisfeita 1 20%
Sobre a importância do sexo (pergunta 8) de uma pessoa na terceira idade. 3 homens responderam sempre, 1 nunca e 1 às vezes. 3 mulheres responderam nunca, 1 sempre e 1 às vezes (tabela 7).
Tabela 7: Importância do sexo
HOMENS
Sempre 3 60%
Nunca 1 20%
Às vezes 1 20%
Nunca 3 60%
Sempre 1 20%
Às vezes 1 20%
A pergunta 9 teve o seguinte enunciado: “Você se considera uma pessoa bonita e vaidosa?”. 4 homens responderam sempre e 1 nunca. 4 mulheres responderam sempre e 1 nunca (tabela 8).
Tabela 8: Vaidade
HOMENS
Sempre 4 80%
Nunca 1 20%
MULHERES
Sempre 4 80%
Nunca 1 20%
A pergunta 10 teve o seguinte teor: “Você costuma expressar-se sexualmente por gestos de carinho, como: um toque, carícias, abraços e beijos?” 3 homens responderam sim e 2, não. 2 mulheres responderam sim e 3 não (tabela 9).
Tabela 9: Carinho
HOMENS
Sim 3 60%
Não 2 40%
Sim 2 40%
Não 3 60%
A pergunta 11 teve o seguinte enunciado: “Você acredita que um casal pode viver sem sexo e ser feliz?” 4 homens responderam sim e 1 não. 5 mulheres responderam sim (tabela 10).
Tabela 10: Viver sem sexo e ser feliz
HOMENS
Sim 4 80%
Não 1 20%
Sim 5 100%
A pergunta 12 teve o seguinte teor: “O que você considera que mais atrapalha a atividade sexual na terceira idade?” As respostas constam na tabela 11.
Tabela 11: Atrapalha a vida sexual
HOMENS
Idade 3 60%
Doenças 2 40%
MULHERES
Idade 4 80%
Beleza 1 20%
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A pesquisa mostrou que a maioria dos homens entrevistados, têm 65 anos e a maioria das mulheres têm 60 anos. O estado civil dos entrevistados têm semelhança, mas o grau de escolaridade deixou claro que as mulheres têm ao mesmo tempo 1º grau e analfabetas e a maioria dos homens tem somente o 1º grau completo.
Falar sobre sexo segundo a maioria dos homens é reprobatório, embora entre as mulheres haja menor preconceito. Azevedo apud Dantas (2001/2002) esclarece que esta atitude ocorre porque a nossa sociedade ainda é machista, cheia de preconceitos e deixa muito pouco espaço para as pessoas se livrarem de idéias tradicionalistas, longe da realidade atual.
Observou-se que existe uma certa homogeneidade entre a vida sexual ativa dos homens e mulheres, deixando claro que eles tem relativamente boa saúde e disposição para isso. Certamente, a constatação de que a satisfação em relação à vida sexual é igual para ambos os sexos, pois a maioria comprovou que estão satisfeitos com o sexo. Vasconcelos (2004) explica que esta é uma situação praticamente normal e muitas pessoas permanecem ativas até a idade avançada e sem perder o interesse pelo sexo, pois raramente o equipamento sexual se deteriora no envelhecimento normal.
Outrossim, um dado curioso nesta pesquisa de campo foi que a maioria dos homens acha sempre importante o sexo, mas as mulheres nunca acham importante, deixando claro a contradição. Ou seja, os homens se mostraram mais ativos do que as mulheres.
Quanto à vaidade, tanto as mulheres como os homens tiveram a mesma opinião, isto é, a maioria ainda quer ser vaidosa e não perdeu o estímulo para isso.
A maioria dos homens entrevistados ainda acha importante o carinho nas relações, o que para admiração é pouco enfocado nas mulheres. Na consulta a Lopes & Maia (1994) percebeu que a auto-estima é fundamental na sexualidade do idoso, e por isso, faz-se necessário manter a sua vaidade.
A totalidade das mulheres assim como a quase-totalidade dos homens acha que se pode viver feliz sem sexo. Certamente, esta posição mostra que não é só o sexo que torna as pessoas felizes, mas o relacionamento, a solidariedade, o amor e a reciprocidade.
O que mais atrapalha a vida sexual dos idosos, para a maioria das mulheres é a idade, mas para os homens são a idade e a doença. Verifica-se que ainda existe preconceitos de idade entre os entrevistados. Ora, se os teóricos confirmam que a vida sexual pode ser saudável até a idade avançada, não se justifica dizer que este fator é um atrapalho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, pode-se dizer que a vida sexual do idoso pode ser muito satisfatória se houver informações de que algumas mudanças podem acontecer, pois cada faixa etária tem as suas peculiaridades. Embora o idoso tenha suas limitações, a sexualidade não pode ser esquecida e levada a um segundo plano em sua existência, pois como dizem os teóricos, tanto o homem e a mulher considerados normais, tem prazeres sexuais (se bem que diminuídos) até a idade avançada.
Uma das possibilidades que precisam ser exploradas pelo idoso é o fato de que nesta idade, ele precisa descobrir o quão importante é o carinho, a amizade, a solidariedade entre o casal, coisa que entre os entrevistados foi dada relativa relevância.
Em resposta ao objetivo desta pesquisa, que foi o de verificar como as pessoas de terceira idade vivenciam a sua sexualidade, constatou-se que o universo pesquisado tem uma conduta bastante normal e relativamente semelhante ao que dizem os teóricos.
Em outras palavras percebeu-se que aqueles idosos são ainda capazes de amar e de querer ter momentos de prazer sexual, embora algumas mulheres pesquisadas não achem isso tão importante.
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