Uma janela sem paisagem
nao sabe para onde olhar,
tudo á sua volta é miragem
que ela cria mas nao pode tocar.
Permanece embaçada e perdida
abre-se de dia,
à noite se fecha para sonhar
e cria formas que possa amar.
E tudo que cria por dentro
é um sonho vago e disperso,
um pequeno sopro de vento
que se dilui no universo.
Os olhos tocam as estrelas
a alma só pisa solidão,
mas por ter só um coraçao
desfaz-se por nao ter o que quisera.
Uma janela sem horizonte
sabe-se sempre perdida,
nao tem sul, nao tem norte,
sua existencia é eterna partida.
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