Trocando café por amores, mudando de nome e esquecendo as dores, doando abraços e sorrisos em cores, deixando espaço no banco das flores, esqueci de contar sobre meus desamores.
Quem me desamou, me dessarumou, de alguma forma me afundou, me fez ver o mundo de um modo diferente, talvez um pouco mais de baixo, talvez não tanto assim de frente.
Nunca estamos preparados a perder as coisas que não nos pertencem.
Dias finitos que mal mostro meus dentes da frente.
E toda vez que perdi, na verdade sempre ganhei um presente (da vida).
E não fica saudade, não fica vontade, o que fica é aprendizado.
No fim das contas, sentimos a perda nossa, de não sermos suficientes.
Sentimos o peso nas costas de quem deveria ser melhor, mesmo que a outra pessoa de nada valia.
A inteligência emocional não nos é ensinada.
Nada nunca foi nosso, mesmo em casais que que se amaram e viveram a vida inteira de doação um para o outro, nunca tiveram pose sobre o outro. Permaneceram juntos pelo livre sentimento de estado de bem.
E isso deveria ser refletido a todos, para que assim não percamos o controle de nós mesmos, e depois da vida.
Quando troquei café por amores, e me tornei livre dos pensamentos ruins, deixei e fui receptivo aquilo que queria ser meu, que queria por bem estar ali comigo.
Quando esqueci os desamores, deixei o amor me ver, ele é uma exceção que quase sempre vem disfarçada.
E só é merecedor dele quem vive de bem consigo mesmo.
Se meu amor está comigo, é porque não quer estar com mais ninguém.
|