Queria encontrar as palavras puras
Que me dissessem o que realmente sinto
Que falassem, mesmo em palavras duras
O que falo em verdade, o que me minto,
Palavras que falem das minhas loucuras
Que revelem a mim tudo o que pressinto
O que se esconde na alma, em sepultura,
E que queima o espírito igual absinto.
Queria saber dos versos que procuro
Para falar o que preciso e nunca sei,
Porque fogem, escondendo-se no escuro
Como se fizessem sua própria lei,
Onde o desconhecido se faz de futuro
E o silêncio em monastério, se faz rei.
|