TEATRO
COMÉDIA
PAI! MÃE! FOMOS ASSALTADOS!
Se estiver interessado/a em representar esta peça de teatro agradecia que entrasse em contacto comigo, atravez do meu email: goncalvesluis_1@hotmail.com
PERSONAGENS:
José (Pai):
Maria (Mãe):
Luís (filho):
Sargento Pinguinhas:
Cabo Espichel:
Jovem:
CENA 1
Sala
José e Maria estão sentados no sofá. Ele fuma o seu cigarro e lê o jornal. Ela lê uma revista
Maria: José querido?
José: Sim?
Maria: Hoje fazemos 20 anos de casados, podiamos ir jantar fora! (José não responde) Ouviste o que eu disse?
José: O que disseste? (continua a ler o seu jornal)
Maria: Hoje fazemos 20 anos de casados, podiamos ir jantar fora! (José não responde) Ouviste José?
José: (sem tirar os olhos do Jornal) Boa ideia!
Maria: Aceitas querido? És um amor!
José: (lendo o jornal) O preço da gasolina baixou!
Maria: Oh! Tu não ouviste nada, és sempre a mesma coisa. Nunca me ouves, quando falo contigo parece que estou a falar para um calhau.
José: Mas o que é que tu queres afinal Maria?
Maria: Podiamos ir jantar fora, hoje fazemos 20 anos de casados.
José: Queres ir jantar fora? Tudo bem! Levamos a mesa para a varanda e jantamos. (volta á leitura do jornal)
Maria: Oh querido, eu queria ir jantar a um restaurante.
José: Nem pensar, os restaurantes são muito caros. (continua a ler o jornal)
Maria: Oh querido, vá lá, era só hoje!
José: Não, não insistas Maria! (continua a ler o jornal)
Maria: És mesmo um unha de fome. Já sei, podiamos ir ao restaurante daquele teu amigo Brazileiro.
José: Não! (continua a ler o jornal)
Maria: Oh querido, como ele é teu amigo, pode ser que nos faça um preço especial.
José: Pois faz, leva-nos mais caro que aos outros clientes. Esse gajo é um vigarista! (continua a ler o jornal)
CENA 2
Entra o filho muito aflito
Luís: Pai! Mãe! Fomos assaltados!
José: Levaram o meu carro?
Luís: Não!
José: Assim estou mais descansado! (continua a ler o jornal)
Luís: Mas levaram a minha mota. A minha rica motinha que me custou um balúrdio.
José: Deixa estar que o meu carro foi mais caro. (continua a ler o jornal)
Maria: Ai! Já sei o que aconteceu!
Luís: Deixas-te outra vez a chave no portão da garagem para o lado da rua?
Maria: Não! Deixei o portão aberto quando fui á rua despejar o lixo!
Luís: Pois! Quantas vezes é que eu já lhe avisei? Quantas vezes já falámos disso mãe? É claro que isto algum dia tinha de acontecer.
José: Deixa estar filho, a tua mãe é uma cabeça no ar, o que se há-se fazer?
Maria: Olha quem fala! No outro dia também deixaste o portão aberto!
José: Mas isso foi para espetar uma chumbada no gato da vizinha, casa ele entrasse. Então não é que o sacana, no outro dia entrou dentro do meu carro e fez daquilo uma casa de banho?
Luís: Vocês tem de ter mais atenção! Hoje em dia não se deve deixar as portas abertas, nem as chaves na porta. Portugal já não é seguro como dantes. Assim como me roubaram a mota, podiam ter roubado o carro do pai ou ...
José: Alto e pára o baile, que no meu bolinhas ninguém mexe.
Maria: Também só te preocupas com o teu bolinhas. Roubaram a mota ao nosso filho e tu não queres saber de nada.
José: O que queres que faça Maria? Queres que ande por aí a perguntar ás pessoas, quem roubou a mota ao miúdo? Ou que pergunte no facebook?
Maria: Podias ir com ele á GNR, fazer queixa do roubo da mota!
José: Olha! Olha! A gasolina está cara! Porque é que não vai lá ele sozinho? Já tem quase 18 anos, já tem idade para se desenrascar!
Luís: Ainda é muito longe daqui!
José: Então aluga um táxi! (volta a ler o jornal)
Luís: Quer dizer eu ajudo-te e é assim que me agradeces não é?
José: Ajudas-me não sem em quê! Não fazes nada desta vida, passas a vida enfiado no computador a ouvir musica em altos berros.
Luís: Ai é? Ainda na semana passada ajudei-te nas vindimas!
José: Mas que rica ajuda que me deste, comeste os cachos todos! Por isso é que deu a miséria de vinho que deu. (lê o jornal)
Luís: Ai que mentiroso! Não comi nada! Tu é que os comeste todos. Até passaste a semana toda a correr para a casa de banho. Mas não tem mal eu vou lá de bicicleta.
Maria: (para o José) Porque é que és assim para o garoto? Nunca fazes nada por ele! (José está tão atento á leitura do jornal que não liga ao que a mulher diz) Deixa estar Luís que eu vou lá contigo. Vamos na minha scooter.
(fecham-se os panos)
CENA 3
Posto da GNR
Em cena está: Maria, Luís, o Sargento Pinguinhas e o Cabo Espichel.
Sargento: Então que se passa?
Cabo: Também pergunto o mesmo, o que se passa?
Luís: Roubaram-me a minha mota!
Sargento: Se é que anda para aí uma cambada de gatunos. Mas fica tranquilo que tudo se há-de resolver! A mota vai aparecer e o ladrão será detido!
Cabo: Podes querer rapaz, fica tranquilo que o ladrão vai aparecer e a mota será detida! Ai é ao contrario!
Sargento: (para o cabo Espichel) Esteja calado cabo Espichel e não diga disparates!
Cabo: Certo e afirmativo irei estar calado e não digo mais disparates!
Maria: Mas a culpa foi minha sargento Pinguinhas, eu é que deixei a portão da garagem aberta, quando fui lá fora despejar o lixo!
Sargento: Ora aí está um grande erro senhora Maria! Não se deve ter nada aberto!
Cabo: Também digo o mesmo, não se deve ter nada aberto!
Sargento: (para o Cabo) Então feche-me essa boca Cabo Espichel!
Cabo: Certo e afirmativo meu Sargento Pinguinhas! Vou fechar a boca! (fecha a boca)
Sargento: Então e quando deste por falta da mota Luís?
Cabo: Também pergunto o mesmo! Quando deste por falta da mota?
Luís: Foi quando acordei, deviam ser umas 4 tarde. Fui á garagem e reparei que não estava lá a mota!
Sargento: Como é a mota?
Cabo: Sim, como é a mota?
Luís: É como as outras, tem duas rodas, um guiador, um banco e um motor.
Sargento: Isso sei eu rapaz! Mas o que eu queria saber eram as suas caractristicas!
Cabo: Exactamente, eram as caractristicas da mota que o meu Sargento queria saber!
Luís: Então mas essas são as caractristicas da minha mota! Tem duas rodas, um guiador, um banco e um motor.
Sargento: Ai que a coisa está complicada!
Cabo: Pode querer meu Sargento, a coisa aqui está mesmo complicada!
Sargento: (para o cabo Espichel) Oh Cabo Espichel páre de repetir o que eu digo, parece um papagaio homem!
Cabo: Pode querer meu Sargento pareço mesmo um papagaio!
Sargento: Que grande besta!
Cabo: Pode querer meu sargento sou mesmo uma grande besta!
Sargento: (para o Luís) Oh rapaz, veja se me percebe. O que eu quero saber é a marca, o modelo, a cor e a matricula da sua mota percebeu?
Cabo: Exactamente, o que o meu sargento quer saber é a marca, o modelo, a cor e a matricula da sua mota.
Luís: Ah! É uma Kymco Movie cor de rosa ás bolinhas amarelas e a matricula é 69-CU-69.
Sargento: Então e suspeita de alguém, rapaz?
Cabo: Sim! Suspeita de alguém, rapaz?
Luís: Huuum! Talvez tenha sido o meu vizinho da frente.
Sargento: E porque acha que o seu vizinho lhe teria roubado a mota?
Cabo: Também pergunto o mesmo! Porque é que o seu vizinho lhe teria roubado a mota?
Luís: Para não ir a pé para o trabalho! É que ele não tem transporte e é um grande perguiçoso!
Sargento: Se é verdade o que diz, a preguiça vai sair cara ao seu vizinho!
Cabo: Pode querer meu sargento a preguiça vai sair cara ao vizinho aí do Jovem!
Maria: Mas não foi o nosso vizinho! Ele emigrou á mais de um mês! Eu penso que sei quem roubou a mota ao meu filho!
Luís: Então e só agora é que diz mãe?
Maria: Eu não tenho a certeza! Mas quando eu fui á rua despejar o lixo, vi um daqueles tipos muito mal encarados que andam para aí a pedir dinheiro, fiquei com tanto medo, que entrei em casa e esqueci-me de fechar o raio do portão. Se calhar o homem aproveitou-se da situação e roubou a mota.
Sargento: Então e lembra-se como era o homem?
Cabo: Também faço mesma pergunta, lembra-se como era o homem?
Maria: Sim! Era alto, olhos castanhos, usava bigode, cabelo preto e a cara dele era tão escura que parecia que já não via água á umas decadas!
Cabo: Oh meu sargento, vai-me desculpar mas pelas caractristicas que a senhora está a dizer, foi o senhor.
Sargento: Mas o que é que você está para aí a dizer Cabo Espichel?
Cabo: Então o Sargento Pinguinhas é que tem olhos castenhos, usa bigode e tem a cara escura parece que já não vê água á decadas.
Sargento: Cale-se Cabo Espichel! Só diz desparates! Mas a culpa é minha porque o aturo! Sou mesmo um animal irracional!
Cabo: Realmente é verdade, o meu Sargento Pinguinhas é mesmo um animal irracional!
Sargento: Mas o que está para aí a dizer Cabo Espichel?
Cabo: Então o meu Sargento é que disse e eu concordo com tudo o que diz!
Sargent: Cale-se Homem! Cale-se! (tira um rolo de fita adesiva bolso)
Cabo: O que está a fazer meu Sargento?
Sargento: Isto é para estar calado! (tapa a boca do Espichel com a fita adesiva) Pronto assim está melhor!
Cabo: (tenta repetir o que o Sargento diz mesmo com a boca tapada) Mmmmuhhh! Mmmmuhhh!
Sargento: Isso fale á vontade!
(ouve-se uma grande algazarra fora de cena)
CENA 4
Entra o José trazendo um jovem por um braço.
O jovem tem os dois olhos negros e os dentes todos partidos
Jovem: (para o José) Mas porque é que me está a fazer isto? Eu não fiz nada de mal!
José: (para o Jovem) Cala a boca senão ainda apanhas mais!
Maria: (para o José seu marido) O que aconteceu? Que fazes aqui José?
José: Foi este jovem que roubou a mota ao Luís!
Maria: Ai foi esse sacana? Então espera que eu já lhe digo como é! (prepara-se para bater no jovem)
Luís: (mete-se na frente da Maria sua mãe) Calma Mãe! Deixa o Sargento Pinguinhas e o Cabo Espichel resolverem o assunto!
Sargento: Então diz o amigo José, que foi este jovem que roubou a mota ao seu Luís. Certo?
Cabo: (tenta repetir o que o sargento disse) Mmmuhh mmmuhh mmmuhh?
Sargento: (dá um cachaço ao Espichel) Cale-se Cabo Espichel!
José: Exactamente Sargento Pinguinhas! Foi este marmanjo que roubou a mota ao meu catraio.
Jovem: Mas eu não roubei nada a ninguém!
José: Ai não? Então o que fazias com esse traseiro mal cheiroso em cima mota do meu filho? Hã? É tua por acaso?
Jovem: Não!
Sargento: (para o José) Mas tem a certeza que era a mota do seu filho? Podia ser uma igual!
Cabo: (tenta repetir o que o sargento disse) Mmmuhh mmmuhh mmmuhh?
Sargento: (dá um cachaço ao Espichel) Cale-se Cabo Espichel!
José: Claro que era a mota do meu filho! Era uma Kymco Movie 50 cor de rosa ás bolinhas amarelas e a matricula 69-CU-69. Eu conheço bem aquela maquina fui eu que a comprei!
Luís: Ai que mentiroso, quem a comprou fui eu, tu nunca me compraste nada!
José: Ai não? Ainda no outro dia te comprei uns tenis nos chineses e custaram-me uma fortuna! Até fiquei com os olhos em bico com o preço.
Luís: No outro dia? Aos anos que isso já foi, eu tinha seis anos quando me compraste esses tenis e ainda por cima estavam todos rotos.
José: Arre que és pobre e mal agradecido! Hã!
Sargento: Vamos acalmar animos pessoal! O que interessa é que encontraram a mota e apanharam o ladrão.
Cabo: (tenta repetir o que o sargento disse) Mmmuhh mmmuhh mmmuhh.
Sargento: (dá um cachaço ao Espichel) Cale-se Cabo Espichel!
Jovem: Mas eu não sou nenhum ladrão!
Sargento: Ai nãoés ladrão? Então porque roubaste a mota ao rapaz!
Cabo: (tenta repetir o que o sargento disse) Mmmuhh mmmuhh mmmuhh.
Sargento: (dá um cachaço ao Espichel) Cale-se Cabo Espichel!
Jovem: Mas eu não roubei mota nenhuma por amor de Deus! O rapaz é que apanhou uma valente bebedeira ontem á noite no bar onde eu trabalho, que se esqueceu da mota no parque de estacionamento e o meu patrão mandou-me levar a mota a vossa casa, na rua dos panascas. Não é esse o nome da rua?
Maria: Sim é!
José: Ele está a inventar para se escapar!
Luís: Não está nada! O que ele está a dizer é verdade! Agora é que me estou a lembrar! Eu ontem saí á noite com uns amigos e bebi umas minis a mais. Já nem me lembro como cheguei a casa!
Maria: (para o filho) Ah! Então isto foi tudo por causa da noitada de ontem! Não foi senhor Luís?
José: Pois! Vais para a bebedeira, esqueceste da mota depois dá esta confusão! Então espera aí que já vais ver com elas te mordem!
(José e Maria correm atrás do filho para lhe bater)
Luís: Tenham calma por favor! (foge dos pais e fecham-se os panos)
FIM
Autor: Luís Gonçalves
20/10/2014
Visite o meu blogue: www.ohomemdoteatro.blogspot.com
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Biografia: A MINHA AUTO-BIOGRAFIA
Chamo-me Luís Gonçalves, sou Português, nascido em Coimbra no dia 30, de Março de 1984.
Desde muito cedo que comecei a interessar-me por teatro. Tanto na escrita como na representação. Durante a minha infância e adolescência as minhas brincadeiras estavam sempre ligadas ao teatro. Adorava fazer teatro com a minha irmã, e os alguns vizinhos. Representávamos mesmo sem publico, só por prazer.
Também fiz teatro na escola e na catequese. Quando andava no 7º ano da escola preparatória da Lousã, juntei-me a uma colega e fizemos a peça “as lições do Tonecas” para a nossa turma e professores.
No 8º ano entrei para o clube de teatro da escola onde participei num festival de teatro escolar no TGV em Coimbra
Em 1999 terminei o 9º ano desisti de estudar e fui tirar um curso de formação profissional na área de Cerâmica e bar numa instituição da Lousã, chamada A.R.C.I.L. Um dia, juntei-me a um colega de Curso chamado José Daniel Jardim e resolve-mos criar um grupo de teatro com ajuda da nossa professora de Desenvolvimento Pessoal e Social. A direção da instituição gostou da nossa ideia, contratou um ator de um grupo de teatro existente na Lousã para ser nosso Encenador e mais tarde a atriz Cláudia Carvalho do Teatrão. Em Dezembro de 2003 terminei a minha Formação Profissional na tal instituição e comecei a trabalhar numa Pastelaria da Lousã. Mas o meu amor pelo teatro era tanto que continuei ligado ao grupo até terminar em 2006.
Em 2009, estava completamente desligado do teatro, então decidi começar a escrever as minhas peças de teatro até aos dias de hoje. Comecei a partilhar os meus textos na internet e o resultado superou as minhas expectativas. As minhas peças tem tido algum êxito. Têm sido representadas norte a sul do país. Também são encenados na Madeira, Brasil, Angola e Moçambique. Nesse mesmo ano 2009, participei num workshop de teatro dinamizado por a atriz/palhaça Alejandra Herzberg da operação nariz vermelho.
Em 2015 entrei para o grupo de teatro "Os Canastrões - Associação Cultural e Artística" dirigido pelo encenador Bruno Teixeira, onde já fizemos alguns espetaculos. Em 2020 o país e o mundo entraram em confinamento por causa da pandemia que se instalou no país e no mundo e o nosso grupo de teatro parou os ensaios. No dia 18 de Fevereiro desse mesmo ano fui convidado a participar numa web conferência intitulada "entre dramaturgos" organizada pelo Ator e diretor da companhia de teatro Rizzo, Flávio Spiess, onde expliquei como escrevo os meus textos teatrais e recebi um certificado de participação. No dia 12 de Novembro de 2020, participei num workshop online sobre a história do teatro musical organizado pela atriz Sara Teixeira. No dia 18 de Fevereiro de 2021, tive uma aula experimental de Dramaturgia no aplicativo Zoom com um roteirista e Professor de teatro Brasileiro chamado, Walter Macedo Filho, onde falamos um pouco sobre a criação de um personagem. No dia 9 de Março do mesmo ano, iniciei um curso de capacitação em roteiro online, atravez do aplicativo Meet com outro roteirista e Professor de teatro Brasileiro chamado, Trajano Amaral de Oliveira.
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