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Refrescando a memória.
Conversa (des)afinada
Alexandru Solomon

Resumo:
Para início de conversa todas as comparações pecam por um detalhe algo evidente, porém cuidadosamente escamoteado: não faz sentido comparar um menino de 8 anos de idade com um rapagão de 20. Ou faz?

Um dos cavalos de batalha do PT consiste em comparar os governos que se seguiram ao de FHC – aqueles depois que o Brasil foi finalmente descoberto – com a sábia condução da política econômica por parte do PT. Fim dos capitalistas loiros de olhos azuis, derrotada a elite perversa incomodada com pobre andando de avião e outros achados marqueteiros que primaram pela inverdade.
Para início de conversa todas as comparações pecam por um detalhe algo evidente, porém cuidadosamente escamoteado: não faz sentido comparar um menino de 8 anos de idade com um rapagão de 20. Ou faz?
Falemos um pouco do “governo dos juros altos”. É verdade que em 1999, em meio a uma turbulência que pegou o País desprotegido, a taxa Selic alcançou um pico de 45% a.a. No entanto, foi uma medida extrema . Para quem gosta de curiosidades, em setembro de 1992, o Riksbank, o Banco Central da Suécia, elevou a taxa básica de juros para quinhentos por cento (500%)! Aos poucos, a taxa Selic diminuiu. Talvez seja interessante recordar que no apagar das luzes do governo FHC, Armínio Fraga, o “ homem dos banqueiros” elevou a taxa Selic (dez 2002) de 22% para 25%, para facilitar a vida do sucessor. Conduzido ‘pelos braços do povo’, Lula não só manteve esse nível, mas o aumentou até 26,5%. Como? Não é possível! Intriga das elites! No entanto é verdade.
A tal ‘terceira quebra do Brasil’ foi tomar emprestado parte de uma linha de crédito junto ao odiado FMI. (pedimos colo ao FMI, diz a propaganda petista. Bem, até os Estados Unidos já pediram, sem abdicar da soberania) Lula quitou os US$ 4,2 bi. Como? Emitiu títulos da dívida – à taxa Selic - e pagou um empréstimo a juros menores. Algo como o genro que odeia a sogra, a ponto de tomar dinheiro com agiota para pagar um empréstimo da sogra que cobrava juros menores.
As reservas atuais acumuladas, algo como U$ 380bi, não surgiram de superávits comerciais: foi a mesma ideia, endividar-se – não junto aos bancos nacionais, mas aos odiados aplicadores, pagando juros Selic para aplicar essas reservas em moeda forte com rendimentos muito menores. É a operação de carry trade à moda lusitana, com todo o respeito que os descendentes do marquês de Pombal merecem. Ninguém fez as contas para saber quanto custou ao País esse corococó ufanista, assim como poucos admitem outro fato simples: o dinheiro repassado ao BNDES, para financiar campeões, não cai do céu. É um dinheiro conseguido através de emissão de papéis da dívida, cuja contrapartida, que não impacta o endividamento líquido do País, é um dinheiro rendendo algo como a TJLP – isso quando os ‘campeões’ pagarem, se pagarem – e que o BNDES tão logo não devolverá. A diferença? Algumas Bolsas-Família.
É importante que a verdade seja conhecida. Não faz sentido usar punhos de renda, quando o oponente usa soco inglês.


Biografia:
Alexandru Solomon, empresário, escritor. Formado pelo ITA em Engenharia Eletrônica e mestrado em Finanças na Fundação Getúlio Vargas, autor de ´Almanaque Anacrônico`, ´Versos Anacrônicos`, ´Apetite Famélico`, ´Mãos Outonais`, ´Sessão da Tarde`, ´Desespero Provisório` , ´Não basta sonhar`, ´Um Triângulo de Bermudas`, ´O Desmonte de Vênus` ´Plataforma G` (Ed. Totalidade), ´Bucareste` e ´A luta continua` (Ed. Letraviva). Livrarias: Saraiva (www.livrariasaraiva.com.br), Cultura (www.livrariacultura.com.br), Loyola (www.livrarialoyola.com.br), Letraviva (www.letraviva.com.br). | E-mail do autor: asolo@alexandru.com.br

Este texto é administrado por: Celso Fernandes
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