No dia seguinte, Bárbara foi mais cedo para a escola, ansiosa para ver Lúcia e perguntar se ela tava bem, confirmar suas teorias do conteúdo da conversa e saber como serão as coisas de agora em diante. Ela estranhou Lúcia não ter chegado antes dela, como sempre, mas logo Bárbara a viu sair do carro de seu pai. Ela parecia cautelosa e entrou na escola, respirando fundo após atravessar o portão em segurança.
Bárbara compreendia o medo que ela estava sentindo e em extrema empatia, foi até Lúcia, perguntar:
— E aí? Como foi? - e pôs a mão no ombro da amiga.
— Não encosta em mim. - Lúcia deu um tapa na sua mão e a afastou - Eu não acredito que você fez isso comigo.
— O que eu fiz?
— Além de tudo é sonsa.
— Não! Eu não sei do que você ta falando. O que eu fiz?! - Bárbara estava confusa e, sobretudo, com medo do que aquilo poderia significar.
— Você contou pra ele que eu fiquei com o Inácio na festa do colégio.
Por um momento Bárbara acreditou que sua barriga a engoliria.
— Não! Eu não cont...
— Cala a boca! - ela empurrou Bárbara - Ele mesmo me contou que você confirmou. Eu devia imaginar que você estava do lado dele o tempo inteiro! Aposto que agora você ta achando que o caminho ta livre pra você, não é mesmo?
— Lúcia, eu não...
— Cala a boca! - gritou ainda mais alto - Pois fique sabendo que o que é seu ta guardado.
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