Por Jonathan Edwards
Os redimidos obtêm tudo através da graça de Deus. Foi por mera graça que Deus nos deu seu Filho unigênito. A graça é grande em proporção à excelência de que é dada. O dom era infinita mente precioso, porque era de uma pessoa digna e de glória infinita, e também próxima e querida para Deus. A graça é grande em proporção ao benefício que nos foi dado. O benefício é dupla mente infinito, no fato de que nEle temos libertação de uma mi séria infinita, porque é eterna, e também recebe alegria e glória eternas. A graça em dar este dom é grande em proporção à nossa indignidade a quem é dada; em vez de merecermos tal dom, merecíamos infinitamente o mal das mãos de Deus. A graça é grande de acordo com a maneira de como é dada, ou em proporção à humilhação e custo do método pelos quais podemos obter esse dom. Ele se deu para habitar entre nós. Ele se deu para estar encarnado ou em nossa natureza, e na semelhança da debilidade, mas sem pecado. Ele se deu em um estado humilde e afligido, não apenas isso, mas como morto, para que pudesse ser um banquete para nossa alma.
A graça de Deus em dar este dom é muito livre. Foi o que Deus se sujeitou a fazer sem obrigação. Ele poderia ter rejeitado o homem caído, como fez com os anjos caídos. Nunca fizemos nada para merecer. A graça nos foi dada enquanto ainda éramos inimigos e antes que tivéssemos nos arrependido. Foi através do amor de Deus que não viu excelência em nós para atraí-la. Foi sem a expectativa de jamais a exigirmos. E meramente graça que os benefícios de Cristo são aplicados a tantas pessoas em particular. Aqueles que são chamados e santificados devem atribuí-la somente ao bom prazer da bondade de Deus pela qual eles são distintos. Ele é soberano e tem misericórdia de quem Ele tem misericórdia.
O homem hoje tem uma maior dependência da graça de Deus do que tinha antes da queda. Ele depende muito mais da bondade livre de Deus do que antes. Outrora Ele dependia da bondade de Deus para outorgar a recompensa da obediência perfeita, pois Deus não era obrigado a prometer e dar a mesma. Mas hoje somos muito mais dependentes da graça de Deus. Estamos necessitados da graça, não apenas para que a glória nos seja concedida, mas para nos livrar do inferno e da ira eterna. Sob o primeiro concerto, dependíamos da bondade de Deus para nos dar a recompensa da justiça; assim dependemos hoje, mas estamos necessitados da graça livre e soberana de Deus para nos dar essa justiça a fim de perdoar nosso pecado e nos livrar da culpa e demérito infinito do pecado.
Visto que hoje somos mais dependentes da bondade de Deus do que sob o primeiro concerto, então somos muito mais dependentes dessa livre e maravilhosa bondade. Hoje somos mais dependentes da boa vontade arbitrária e soberana de Deus. Estávamos em nosso primeiro estado dependentes dEle para termos santidade. Tínhamos nossa justiça original proveniente dEle. Mas então a santidade não era dada na boa vontade soberana como o é hoje. O homem foi criado santo, porque conveio a Deus criar santo todas as suas criaturas racionais. Teria sido uma depreciação à santidade da natureza de Deus se Ele tivesse feito uma criatura inteligente sem santidade. Mas se hoje o homem caído é santificado, é por graça simples e arbitrária.
Não somos apenas mais dependentes da graça de Deus, mas nossa dependência é muito mais distinta, porque nossa insuficiência e desamparo em nós mesmos é muito mais evidente em nosso estado caído e arruinado do que éramos antes de sermos peca dores ou miseráveis. Somos mais evidentemente dependentes de Deus para termos santidade porque primeiro somos pecadores e totalmente corruptos, e depois santos. Assim, a produção do efeito é sensata, e sua derivação de Deus mais óbvia. Se o homem sempre fosse santo, não seria tão evidente que ele necessariamente não tivesse santidade como qualificação inseparável da natureza humana. Assim somos mais evidentemente dependentes da graça livre para termos o favor de Deus, porque com justiça somos primeiramente o objeto do seu desprazer e posteriormente recebidos no favor. Somos mais evidentemente de pendentes de Deus para termos felicidade, sendo primeiramente miseráveis e posteriormente felizes. É evidentemente por graça e sem merecermos, porque verdadeiramente não temos qual quer tipo de excelência para merecer se assim pudesse haver tal coisa como mérito na excelência da criatura. Não só estamos desprovidos da verdadeira excelência, mas estamos cheios e completamente corrompidos com o que é infinitamente abominável. Todo o nosso benefício é mais evidentemente proveniente de Deus, porque somos primeiramente despidos e completamente desprovidos de qualquer benefício e depois enriquecidos com todo o benefício.
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