Sonho ilhar meus sentimentos
Simplesmente hiberná-los
Num inverno antártico.
Não mais senti-los.
Talvez isso me alegre.
De meus compromissos
Quero fugir.
Dessa cidade cinza, sair.
Deixar as lamúrias de minh'alma,
Parar.
Fechar os olhos
E sem pressões capitalistas
Pensar, sonhar, sorrir.
Parece tão simples
Mas é tão impossível fazer isso.
Meu crânio está pressionado.
Por causa da dor, estou drogado.
Seria muito, alguém me entender?
Oras, quanto mais pessoas nascem,
Sinto-me mais solitário.
Nada me esperança.
Aliás o que é esperança?
Uma palavra bonita
Que como muitas
Eu vejo nas propagandas da tevê?
Será que existe alguém feliz
Como nos comerciais?
Se existe, eu não vejo.
Só vejo essa periferia em que vivo
E o contraste com a riqueza
Do centro, onde trabalho.
Trabalho muito,
Recebo pouco, por quê?
Queria ver outro mundo,
Mas estou cego.
Estou sem forças para fazer algo
E quem as possui nada faz.
Eu queria ter paz!
Porém, o que é paz?
Esse desenvolvimento desenfreado
E sem motivo firme, real?
Do meu choro,
Esse poema é uma gota de lágrima.
Quem importa-se comigo?
Quem?
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Biografia: Breno Ricardo (Belo Horizonte, 1995) escreve poemas, peças teatrais e crônicas, desde os 15 anos de idade. Entre Fevereiro de 2011 e Dezembro de 2012 dirigiu um grupo de teatro amador em Belo Horizonte. Possui três livros de poesias já publicados on-line. Das peças por ele escritas, Jesus nasceu no Brasil, foi o maior sucesso, tendo sido apresentada em 2011 e 2012. Mudou-se em 2013 para Juiz de Fora e, desde então, cursa História na UFJF. Publica, atualmente, crônicas no blog da Capela Anglicana do Bom Samaritano, além de poemas e pequenas reflexões em sua própria página no Facebook. |