Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Receita de mãe
A. Zarfeg

As virgens que me perdoem
Mas ser mãe é fundamental

É preciso que haja qualquer coisa
De mãe em tudo isso

Qualquer coisa de materno ou no mínimo
Um quê de mágico em tudo isso

Não há meio-termo possível:
É preciso ser mãe pelo menos uma vez na vida

É preciso que subitamente
Apareça uma cegonha anunciando a boa-nova

E a pele adquira a cor só encontrável
No primeiro minuto da gravidez

Ah, é absolutamente preciso que
Tudo isso seja espontâneo e maternal,

Como a canção que diz simplesmente:
“Mamãe, hoje eu estou tão feliz”

É humanamente preciso que o parceiro
Se sinta atraído pela barriga volumosa e disforme

E que a carícia se renove diariamente
Como o crepúsculo que se esvai lentamente no horizonte

Ah, é urgentemente preciso que a mãe
Seja, antes de tudo, uma fera

Pronta para proteger seu rebento
Das terríveis maldades do mundo

Dando-lhe o melhor de si, qual seja,
A própria vida se preciso for

Pois ser mãe é exercer plenamente
O amor que sofre e cura de repente.

II

Desde que minha boa e doce mãezinha, dona Zelita, se foi para sempre, tenho procurado rememorar alguns dos momentos que passamos juntos: eu na qualidade de filho mediano e ela na de mãezona dona de um coração enorme, com espaço cativo para o carinho e o cuidado sem limites – como deve ser com toda mulher que um dia teve o privilégio de conceber e, dessa maneira, se apresenta digna desta dádiva maior da condição humana: a maternidade.

Escrevi o poema acima para homenagear também as mamães Zuína, Flora, Maria Gága (já falecidas), Quelé e Teresinha Arouca (esta, por comodismo, não vejo há mais de dez anos).

Sem ser minha mãe biológica, cada uma delas a seu modo deixou marcas indeléveis em meu ser, fazendo de mim uma pessoa generosa o bastante para reconhecer que a maternidade é superior à racionalidade, à generosidade e, quiçá, à gratidão. Grato a vocês por tudo eu sou, agora e sempre, minhas flores.


Biografia:
Poeta, jornalista y otras cositas más.
Número de vezes que este texto foi lido: 64195


Outros títulos do mesmo autor

Poesias O que Drummond diria para Edilene neste dia 31? A. Zarfeg
Crônicas 27 ANOS A. Zarfeg
Ensaios “José” existencialista? A. Zarfeg
Crônicas Vai uma pimentinha aí, candidato(a)? A. Zarfeg
Crônicas Livro A. Zarfeg
Crônicas Gê ficou encantado A. Zarfeg
Poesias Ah, Izabel! A. Zarfeg
Crônicas É São João, minha gente! A. Zarfeg
Poesias À mestra, com carinho A. Zarfeg
Poesias You and me A. Zarfeg

Páginas: Próxima Última

Publicações de número 1 até 10 de um total de 16.


escrita@komedi.com.br © 2025
 
  Textos mais lidos
A FARSA DA USURA - fabio espirito santo 64405 Visitas
Definidas as semifinais do Paulista A3 2024 - Vander Roberto 64308 Visitas
Refloresceu .... - Maisnatureza 64247 Visitas
Derecho al agua potable - Yuran Lukeny Antonio Mulenza 64239 Visitas
CENA de RUA: livro de imagens - Tânia Du Bois 64233 Visitas
Vento Brando - José Ernesto Kappel 64233 Visitas
Coração - Marcos Loures 64233 Visitas
O “stress” pode ser uma escolha... - jecer de souza brito 64233 Visitas
Faça alguém feliz - 64232 Visitas
Porque ler POSTIGOS - Tânia Du Bois 64231 Visitas

Páginas: Próxima Última