[ meio monge meio ninja ]
André Francisco Gil.
27/04/14.
Não canto para não dar pareceres.Eu saboreio a verdade como um reen-
carnado.Toda ficção é um jogo.Posso na publicidade me despir.Descren-
te estou com tanta mentira.Eu admito:eu minto.Não que eu queira mas pe-
la força do hábito.Me canto licorado demais.Tinha uma criatura (mesmice)
e sua técnica da vontade do desejo da ânsia.Preocupa-me que silêncio ou tristeza há muito eu já sabia me acostumar.Eis um (sobre)vivente.Eu diariamente e artisticamente vivo as minhas rondas.E só não tenho a menor pretensão de dividí-las.
Pretendia confundir os hereges de Herodes sobre a data certa do meu nas
cimento.Ora não gosto de escrever sangrando.Escrever é uma questão de
amizade antiga.Esquecia os atos escritos para ler livros da burguesia.Eu
queria me sentir aristocrático.Desconhecia o lazarento do Lacan.Gosto de
confusas falas.De fábulas.De ensaios.Eu sou um demagogo sábio.Até que
as minhas perguntas foram classudas.Aliás eu me considero um esotéri-
co místico de primeira classe,de primeira linhagem.Ensaio profundo so-
bre a vida que me consome.Leio metáforas,leio nada.Nada de lograr as pessoas.As pessoa estão cansadas de engodo.O desinteresse pela leitura
é demais.Abro as escrituras e brigo com sua ficção.
Quando Susan Sontag é sempre a mesma entre poemas designados a lentidão.
Publica-se banalidades.Minha mesa está forrada de manuscritos.Levo até
a lata de lixo e descarto.Há quem diga que sou meio monge meio ninja.
Mas eu respeito quem participa,quem tem iniciativa.Minha angústia literária é ancestral,antropológica,antropofágica.Um tiro pela culatra,um
tiro no próprio pé.Quem luta com dizeres atira pra todo lado.O que acertar
é polêmica.O silêncio é descrito como uma sala de espera.A resposta é um ser fantasmagórico vindo do Tibet.Muito esdrúxulo quem grafa Deus com D minúsculo.Poetizo o nada em mim.Literatura é mais o outro.Meus
próprios anos em busca de conhecimentos sabem que eu virei druida.
Que pode parecer doido.Quando escrevo me desloco.Quando escrevo imagino a fantasia diabólica e a verdade celestevangélica.
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