Os pássaros abandonados pousam distantes.
Minha mãe conta histórias de amor
- felizes –
que viram filmes rodados em Paris.
Os dias e as noites passam desatentos.
As andorinhas os pardais se confundem:
Elas no céu,
Eles na disputa ilógica do quintal vizinho.
Fogem cores. Rompem cores.
Mas os pássaros não conhecem a técnica de pintar.
Nem eles, nem eu,
embora seja uma mulher o quadro exposto
e o pintor um unicórnio desconhecido.
As folhas secas – mortas -, em paz,
rebuscam algum vestígio de vida.
Os dramas e as comédias
confundem os meninos que acreditam em unicórnio.

Ninguém entendeu o gesto de Alice espelho abaixo.
O chapeleiro fez uma colagem de versos
e escreveu poemas aos loucos e aos vagabundos.

Mas quem matou o chapeleiro no passeio público?

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