Esmagado
sentes te descontrolado
Procuras o norte
A desorientação é a tua única sorte
    A mente não consegue pensar
    O terror esta prestes a começar
    Sensação assustadora
    E não contas com a professora
Ao te aproximares
Já sabes que ao chorares
Dizem à mãe
É mimo do menino
Pensas
Não querem saber
O que se passa com o pequenino
    Chega a hora do recreio
    Na sala queres ficar
    Tens receio
    Vão te atormentar
Não consegues fugir
Os perigosos à tua volta
Dão inicio à tua revolta
    Humilham te o ser
    O que e este viver
    Marcam te o estar
    Pontapés sem parar
É do jogo da bola
As marcas assim desculpas
É o que te vem à tola
Sentes que é tua culpa
    Quando o horário tem fim
    Voltas a crescer
    És criança enfim
    Bloqueia o sofrer
Pesadelos agitação
Psicólogos avaliação
Não se encontra explicação
    Mudas de escola
    O estudar nunca mais cola
    Ler estudar aprender
    Não consegues entender
Não consegues verbalizar
Para a mãe não preocupar
E a história está só a começar
    Revoltado inconsciente
    A tua amargura tens sempre presente
    Disparates
    É o que começas a fazer
Crias uma personagem
Para sobreviventes
Isto é só uma passagem
Importa te é não sofrer és
    O bacano agora é o teu mano
    No palco da vida
    Todos os dias sobe o pano
    Troca por troca há que fazer
    Todos os dias algo tens para "oferecer"
A vida dupla é desvendada
A família fica destroçada
Sofrimento até mais não
Dói tanto o coração
    Com determinação
    Desse meio és retirado
    Ficas aliviado
    Longo percurso a percorrer
    Quem te ama não sabe o que fazer
Reaprendes a estar
Falar comunicar amar
É seguro estar no lar
    Ao seres afastado desse reboliço
    Mostras o que sempre foste
    Um puto castiço
Agora
Tens a vida parada
Procuram se soluções
Para curar esses trambulhões
    O futuro é incerto
    Mas acredita
    Da felicidade estas mais perto

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