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ME ARRASTE,ME DEVORE
A SEGUNDA PARTE DE MINHA DOCE PATROA
YAGO TADEU BORGES DE SOUZA

Resumo:
CONTINUAÇÃO DE MINHA DOCE PATROA.

Na calada da noite ela saiu da loja após deixar quatro funcionários rendidos,em mãos um pequeno revólver um tanto comum,coberta por um capuz ela entrou no carro e pisou no acelerador sendo possível sentir o cheiro de pneu queimado.A mulher dos cabelos levemente cacheados olhou para o banco de trás recebendo um olhar firme do garoto.
-Mãe,você fez de novo?-perguntou o garoto sem muitas dúvidas.Florinda apenas olhou para o filho e respondeu minutos depois.
-Prometo Elói é a última vez.-Afirmou Florinda.
-Sempre é a última vez.-disse Elói com um olhar triste.
-Nós vamos sair da cidade para sempre.-falou ela ao volante.
Ao chegar em casa guardou as roupas dela e de seu filho em duas malas grandes as organizando rapidamente.Seu filho dormia em sono profundo ela foi até a porta ao ouvir o estridente som da campainha.
-Eduardo.-disse ela surpresa.
Eduardo deu um beijo e um abraço forte nela.
-Onde você esteve Florinda?a polícia está te caçando.
Florinda continuou agitada com os olhos vibrantes.
-Eu vou fugir com Elói pra longe daqui.
-Se te pegarem o que vai ser de você?
-Nunca vão me pegar...nem que quisessem.
-Florinda você brinca com a vida como quem está jogando um jogo.-disse Eduardo pegando um copo de água.
-Desde que eu nasci sou assim você não vai mudar isso.
Eduardo trouxe o copo para ela que o segurou alterada.
-Eu cansei de tentar te tirar dessa.-disse Eduardo.
-Vai embora então...você não pode mesmo fazer nada por mim.
Com lágrimas nos olhos ele deu um beijo na testa do garoto deitado ao sofá e saiu sem mais olhar para trás.Florinda lançou o copo de vidro na porta e ele se espatifou,abalada ela trouxe as malas até a porta e chamou o filho que acordava.
-Vamos Elói acorde.-chamou ela.
-Eu não quero fugir com você.-disse Elói ainda sonolento.
-Elói vamos!-ordenou ela.
-Você não tem o direito de interferir na minha vida.
-Toda mãe manda no filho.
-Mãe?!você não é mãe de verdade...
Florinda puxou o braço do filho muito alterada.
-Quantas vezes você disse ''eu te amo'' para mim?nunca!
Florinda arrastou o filho para fora de casa o levando até o carro,Elói a encarou como quem acusa.
-Você acha que é fácil criar um filho?-disse ela nervosa.
-Pois nem eu quero você como mãe.-respondeu a encarando.
-Entra Elói,entra agora nesse carro.-gritou Florinda.Elói bateu a porta do carro e em seguida a mãe entrou e saíram com destino á estrada em busca de qualquer lugar.Florinda sentia sua vida por um fio precisava encontrar lugar seguro,um lugar afastado de tudo que que pudesse ameaçar a sua vida e a de seu filho nem que isso custasse o fim de seu relacionamento com Eduardo tudo tinha que recomeçar.Após horas na estrada eles chegaram á uma área coberta por uma floresta ela diminuiu a velocidade ao enxergar uma placa rústica de madeira próximo ao ninho de um pássaro.''PRECISA-SE DE UMA EMPREGADA''leu ela satisfeita com a oferta mesmo sem saber o valor do salário proposto,Florinda seguiu a seta que apontava á estrada da direita e dirigiu distraidamente,olhou para o lado e viu uma casa provavelmente seria essa.Com um bom reflexo ela freiou o carro quase em cima do garoto que pulava corda ao lado da irmã,uma senhora se virou e se aproximou do carro com uma cesta na mão.Florinda baixou o vidro do carro e lançou um olhar seco sobre a senhora.
-Me desculpe mocinha meu filho estava distraído.-disse ela com um sorriso amarelado que iluminava seu rosto.
-Tudo bem acho que cheguei onde queria.-disse Florinda.-a senhora está precisando de uma empregada?
-Eu mesma...seja bem vinda.-disse ela sempre sorrindo.
Florinda abriu a porta do carro e acordou o filho que despertou aos poucos,saiu buscando palavras enquanto a senhora olhava firme em seus olhos.
-Qual seu nome?-perguntou segurando sua mão delicadamente.
-Florinda.-disse ela deixando a mão da senhora.
-Lisbela é meu nome,estes são meus filhos Anne e Andy.-disse Lisbela chamando os dois para perto dela.
-Prazer em conhece-los.-disse Florinda.-Elói quando sair do carro desliga o rádio.
-Você gosta dessa música?-perguntou Lisbela com a cesta em mãos.Andy olhou para Elói e deu um leve sorriso para Anne.
-Eu sempre gostei de Raul seixas.-disse ela achando engraçado.
-Não é da minha época,vamos entrar.-chamou Lisbela.
Florinda achou estranho e seguiu com a patroa,Elói ainda acanhado entrou na casa com um olhar distante parecia perdido naquela nova situação.
-Você quer brincar com a gente?-perguntou Andy com olhar inocente.
Elói balançou a cabeça negativamente e se aproximou da mãe.
-Vai brincar Elói.Não liguem crianças Elói é antipático.
Lisbela chamou a empregada até o quarto que deixou as malas em cima da cama.
-Este é o seu quarto com uma vista para a fábrica abandonada,não é uma boa paisagem.
-Tudo bem talvez eu não fique por muito tempo.
-Que pena, minhas relações com empregadas são muito longas se possível para sempre.
Florinda deu um sorriso seco e tirou o casaco vermelho
-Nada na vida é para sempre.-disse ela.Lisbela não esboçou reação e saiu do quarto observando Elói entrar.
-Vamos dormir um pouco você deve estar cansado.
-Você não vai começar a trabalhar?
-Não sou escrava de ninguém,vamos descansar um pouco.Elói deitou ao lado da mãe se sentindo estranho com receio daquele lugar.Observou que sua mãe já havia fechado os olhos e parecia levemente adormecida,se virou para parede e tentou dormir seus olhos quase se fechavam quando sentiu um toque...uma mão acariciava seu pé.
-É isso que você quer não é?-sussurou uma voz.
Elói sentiu medo se arrepiando da cabeça aos pés a mão já acariciava seus cabelos quando ele gritou.
-Você só quer carinho...não é mesmo Elói.-sussurou a voz.
Elói deu o segundo grito e a mãe o acalmou.
-Calma.-disse ela.-foi só um pesadelo.Elói sentou na cama e observou sua mãe pegar um óleo de banho.
-Tire a camiseta Elói.-ordenou ela.Florinda esfregou o óleo nos braços,costas e barriga dele.Pegou um pente e levou ele até um espelho coberto por um lençol para pentear seus cabelos,puxou o lençol e quase deu um grito com o reflexo no espelho Elói arregalou os olhos.
-Hoje o jantar é por sua conta.-disse Lisbela sorrindo.
-Tudo bem eu faço uma velha receita com certeza da sua época.
Lisbela deu um largo sorriso com a ironia da empregada voltou seu olhar para o óleo nas mãos dela.
-Esse é um óleo de banho,meu filho tem uma doença rara urticária aquagênica ou seja alergia a água.
-Realmente deve ser muito rara.-falou ela esboçando pena.-Bom... que tal dar um passeio vocês tem muito a conhecer.
-É uma ótima idéia.-disse ela olhando para Elói.
As crianças abriram a porta de casa e saíram correndo cantarolando antigas canções,Elói olhou para a mãe.
-Pode ir vou ficar aqui com Lisbela na varanda.
Elói foi apreensivo e de costas para a varanda Florinda observou a partida do filho.
-Florinda minha linda.-pronunciou ela suavemente.Florinda se virou e abriu um largo sorriso para a patroa.
-Meu pai me chamava assim.-disse ela surpresa.
-Seu pai gostava de você?-perguntou Lisbela.
-Gostava mas ele era aquele tipo de pessoa que...que...
-...Não demonstrava seu amor.-completou Lisbela.
-Isso.-concordou Florinda.
Andy voltou com a cesta vazia e os outros dois vinham atrás.
-Mãe as maçãs da macieira não estão boas.-disse Andy emburrado.
-Você não é uma criança atenta.-disse Lisbela.-Hoje de manhã eu colhi onze maçãs...que tal crianças vocês descobrirem onde está a cesta?vamos lá todos procurando.
Florinda olhou empolgada e pediu para que Elói também procurasse a cesta,Anne foi para dentro da casa Andy saiu ferozmente procurando por toda parte enquanto Elói lentamente procurou próximo ás arvores.
-Eu acho que o Andy está frio,está frio,frio,frio.-disse Lisbela dando longas risadas.
-Eu não sei onde está mas o Andy está bem frio.-Falou Florinda alegre.Elói se aproximou do limoeiro dando voltas na árvore.
-Elói tá quente,tá quente,tá quente...achou.-disse gargalhando.Elói trouxe a cesta com um leve sorriso no rosto.
-Isso mostra que é um garoto bem atento.-disse Lisbela.
Andy olhou para Anne de um modo ameaçador.Elói pegou uma maçã verde e entregou para a mãe encostada na coluna.
-Não Elói,maçã verde não.-disse Florinda.
-Coma.-disse Lisbela.-Quem gosta de maçã irá gostar de todas porque todas são iguais.
Florinda mordeu a maçã e seu pensamento logo foi cortado.
-Vamos brincar Elói?-perguntou Andy-Vamos Anne?
-Vão crianças.-disse Lisbela sentada á cadeira de balanço.
As crianças entraram na floresta sempre seguindo Andy e ele os guiou e ele os guiou até um lago,o sol já começava a cair e seu lindo reflexo podia ser visto no lago.
-Um ótimo dia para nadar.-disse Andy.
Elói olhou para água com extremo pânico e ameaçou ir embora,Anne deu um tronco em seu braço e o fez voltar.
-Fica aqui.-ordenou ela.
-Quando eu contar até dez a gente pula.-disse Andy.
-Vocês não entenderam eu não posso...-disse Elói desesperado.Anne o segurou firme com uma mão.
-1,2,3...vai!-gritou Andy.Elói foi empurrado para o lago seu medo se tornou realidade,ele se debatia no lago e sua pele queimava como fogo.
-Mãe!mãe!-gritou Elói desesperado.-Mãe!
-Elói?!-exclamou Florinda ao ouvir o pedido de socorro.Ela saiu em disparada pela floresta até chegar ao lago.
-Elói!Elói!-gritava ela.-Elói!-Florinda observou o desespero do filho e pulou no lago o tirando da água.
-Você está bem?-perguntou ela.Florinda observou em volta as crianças com expressões normais.
-Maldosos.-disse Florinda olhando para eles.Andy lançou um olhar de raiva para Lisbela que se aproximava.
-Acabou filho acabou.-disse ela dando um forte abraço nele.
O jantar estava posto á mesa macarrão com creme de leite e pedaços de queijo.Elói mal tocava na comida após ter o corpo enfaixado pelas feridas e bolhas que se formou em sua pele,Anne devorava a comida assim como andy parecia se deliciar.
-Huumm...está tão bom.-disse Andy.-posso te chamar de flor?
-Claro.-disse Florinda secamente.
-Está muito bom flor.-disse a encarando.
A antiga campainha chamou,Lisbela se levantou e abriu a porta.
-Aquele carro é da Florinda não é?-disse o homem bonito.
-sim ela é minha empregada.-disse Lisbela.
Florinda se levantou da cadeira bastante surpresa.
-Eduardo como me achou?-perguntou intrigada.
-Licença.-disse ele entrando na casa e lhe dando um beijo.Lisbela olhou para ele demonstrando incomodo.
-Meu GPS marca seu carro então pude te encontrar.-disse ele.
-Eu vou continuar aqui mas quero que leve o Elói,ele caiu no lago e sua pele está bem ferida.-disse Florinda.
Eduardo olhou preocupado e decidiu levá-lo.
-Adeus senhora.-disse Eduardo a Lisbela.-Em um momento mais propício nós nos conhecemos melhor.
-Pode ter certeza nós iremos nos conhecer muito bem.-disse ela.Florinda os acompanhou até o carro.
-Fica bem.-disse Eduardo.Ela se despediu dele um pouco abalada.
-Mãe por favor,saia o quanto antes dessa casa.
-O que você está dizendo Elói?-perguntou preocupada.
-Me ouça pelo menos uma vez,saia daqui!
Ela se despediu dele guardando suas palavras. Lisbela colocou as crianças na cama e foi até a varanda onde sua empregada estava pensativa,ela ligou o pequeno rádio em um suave som e foi até Florinda.
-Quantas vezes você já dançou com alguém na sua vida?
-Poucas.-respondeu ela.Lisbela a virou com um puxão fazendo um convite.
-Não sei dançar.-disse ela dando um grande sorriso,Lisbela também sorriu e os dois sorrisos brilharam na escuridão.
-Na minha época de bailarina eu era uma grande dançarina.Porque você sorri tão pouco se seu sorriso é tão bonito?
Florinda deu de ombros e abriu um novo sorriso.
-Você se considera fria?-perguntou Lisbela.
Florinda fechou o sorriso e rapidamente respondeu.
-Não,só acho que o medo não é algo que me assusta.
-Você não tinha medo de seu pai?não tinha medo da sua mãe?você não tem medo de mim?
-Não tenho medo de ninguém.-respondeu firme.Lisbela a fitou notando sua diferença das outras empregadas.
-Seu filho tem medo de você?-perguntou a patroa.
-Minha relação com o Elói é conturbada acho que você como mãe deve entender que não é fácil.
-Claro ainda mais quando se é uma péssima mãe.
Florinda a encarou um tanto impressionada.
-Eu não sou uma péssima mãe.-disse ela.
-Hora de dormir mocinha.-disse Lisbela entrando em casa.
Ela mal conseguia fechar os olhos sentia algo estranho um sensação que revirava seus sentimentos,se levantou a meia-noite com uma intensa pressão na cabeça passou perto da porta do quarto da patroa e ouviu a voz.
-Florinda?-chamou Lisbela.-Estou me sentindo mal traga me algo que eu possa comer.-Após ouvir pela fresta da porta ela foi até a cozinha determinada a agir.Cortou uma maçã em pedaços e amassou com a colher despejou um líquido letal que trouxe em sua mala e tudo daria certo,entregou para a patroa que parecia mal e logo em seguida arrumou suas malas abriu todas as gavetas da casa mas foi nos vasos que encontrou inúmeras cédulas estranhas,aproveitou e as colocou junto com as jóias em uma bolsa e saiu da casa com ela,estava á procura da estrada quando ao tropeçar deixou suas malas cair no buraco.Florinda precisava encontrar uma ferramenta para pegar suas malas,saiu pela floresta em busca de algo no meio da escuridão.A loja estava aberta mesmo naquele horário,havia ossos,armas, e animais empalhados por toda parte.
-No que posso ajudar?-perguntou o senhor no balcão.
-Eu preciso de ajuda minhas malas caíram em um buraco e meu carro está próximo a uma casa...
-O que você está fazendo aqui?-disse ele a interrompendo.-você veio saquear aquela casa?
-Não.-disse ela um pouco assustada.
-Saiba que ninguém pode entrar ali a dona daquela casa morreu faz quarenta e cinco anos.
O coração dela bateu mais forte ao ouvir aquilo.
-Mas há pessoas lá.-disse Florinda sentindo um nervosismo.
-A última que esteve lá foi morta pelos caçadores e provavelmente incendiou a casa por isso as paredes estão quase caindo,Lisbela morreu e levou todos em seu casamento.-Florinda não podia acreditar estava trêmula.
-O homem que ela namorava era muito rígido e bebia,antes do casamento ficou grávida de Anne e depois Andy.O pai batia em Anne e preferia o irmão por isso ela era tão calada,Lisbela foi forçada por todos a subir no altar foi então que em um ato de fúria ela trancou as portas da igreja e colocou fogo nas cortinas então todos do pequeno vilarejo morreram queimados.
Florinda custava a acreditar naquele absurdo.
-Porque ela seria tão cruel com todos?-perguntou Florinda.
-Ela estava revoltada moça...pois Lisbela não gostava de homem e ninguém quis ajuda-la.-falou o caçador.-Nós não nos aproximamos daquela casa,pergunte a qualquer um Lisbela Reis está morta.
Florinda olhou assustada e saiu da loja abalada com o que ouvira,sem ferramentas voltou ao buraco onde estavam suas malas e decidiu deixar aquele lugar o mais rápido possível.Entrou no carro e colocou o cinto de segurança ao tentar ligá-lo sentiu uma estranha presença virou o rosto lentamente e seus olhos se congelaram.
-Onde você pensa que vai?-disse Lisbela.-Seu trabalho nem começou.
Florinda abriu a porta do veículo extremamente nervosa andando de costas com os olhos fixos observou os pneus serem furados e decidiu correr,entrou na casa e se escondeu no banheiro temendo que a achassem.Ouviu a porta ser aberta e respirou fundo.
-Florinda...minha linda.-disse Lisbela.-Florinda minha linda onde você está mocinha?
Em fúria Lisbela deu um soco na janela e o vidro se espatifou,lançou a antiga televisão sobre o chão da sala.
-Porcos malditos!-gritou ela.-Sociedade hipócrita e preconceituosa em que vivemos.
Lisbela explodiu as lâmpadas e Florinda se encolheu.
-Machistas desgraçados.-gritou ela.-Homem devia ser tratado como cavalo,devia andar de quatro,usar ferradura e pra ser escolhido tinha que mostrar os dentes.
Lisbela arremessou todos os copos pela janela e em um soco afundou a pia com um grito de horror,foi até o banheiro e colocou a porta a baixo se aproximando da empregada no canto.
-Florinda!-gritou ela segurando sua perna.
-Não...-se desesperou ela.Florinda foi arrastada até a sala onde conseguiu escapar,deu a volta na casa e abriu os grandes portões da fábrica correu até dar a volta no muro e pra sua surpresa se deparou com um cemitério,se escondeu atrás de um jazigo o medo percorria cada membro de seu corpo.
-Parece que você acordou as crianças.-disse Lisbela nos portões do cemitério.-Que tal crianças vocês descobrirem onde ela está?
Andy deu um sorriso e Anne o acompanhou.
-Será que alguém vai te encontrar?-disse Lisbela.
   Florinda tremia seu corpo anestesiado pelo terror não podiam achá-la...não agora.
-Anne está bem frio.-sorriu Lisbela.-Andy está frio,está frio,frio,frio,frio,quente,quente,quente,quente...
Florinda fechou os olhos sem saber o que fazer.
-Quente...quente...quente...quente...
-Te peguei!-disse Andy.Florinda se levantou em Pânico dando de cara com o jazigo da família reis,saiu do cemitério pulou a janela da parte de trás da casa,passou pelo quarto e foi até a porta a abrindo.
-Crianças vão para o quarto.-ordenou Lisbela.A empregada deu passos para trás ao encontrar a patroa na porta.
-Seu namorado não te faz feliz?-perguntou Lisbela.
-Ele me faz feliz,eu sou o peso da relação o único problema dele é a bebida mas ele me faz muito feliz.
Lisbela deu um sorriso sinistro e se aproximou dela.
-Sua vida já acabou há muito tempo,porque você não vai embora?-gritou Florinda.
Lisbela a segurou pelo pescoço e a levantou,podia sentir o medo vivo e pulsando em suas mãos lançou ela com força contra a parede.
-Isso te assusta agora?-gritou Lisbela.Florinda foi arremessada contra a porta e caiu no chão com o rosto ensaguentado.O rádio foi ligado,a música preferida começou a soar lentamente como um clássico romântico.
-Essa é a sua música Florinda?-disse Lisbela.-É dessa que você gosta.
Florinda começou a chorar e a patroa se aproximou com cautela cada vez mais próxima de sua empregada.
-Por favor não.-implorou Florinda chorando-Por favor,por favor pelo amor de deus eu te imploro Lisbela.
-Não me chame de Lisbela,me chame de mulher...me chame de amor...
Lisbela a puxou para si e os dois lábios se tocaram,um beijo profundo embalado pelo som da música.Florinda podia sentir a morte cada vez mais forte,a patroa devorava seu medo como prato principal seu coração se apaixonava descontroladamente.
-Amanhã nós vamos nos casar.-disse Lisbela sorrindo.-Que cor de vestido você quer?Tem vermelho...tem roxo...tem azul...tem branco...tem verde...tem o que você quiser.
-Eu não sei.-disse ela baixinho.
-Eu vou buscar o do meu casamento é bom que você já se acostuma com ele.

Ele estacionou próximo a um bar e se voltou para o garoto.
-Fique aqui não vai inventar de dirigir novamente.-disse Eduardo.Elói deu um leve sorriso e olhou para estrada que ligava a floresta,o padrasto entrou no bar com a garganta seca.
Com o vestido branco antigo e amassado ela se levantou do chão da sala,as crianças pareciam dormir e a patroa não estava lá.Florinda saiu da casa com cortes no rosto e as pernas bambeando para cair passou pelo carro e chegou a estrada destinada a fugir dali,estava finalmente livre para sair daquele lugar.
Eduardo passou pelo balcão e seguiu para uma sala onde vinhos e diversos tipos de bebidas podiam ser escolhidos para compra,ele segurou uma garrafa interessado e se virou ao ouvir um assovio fino.
-Oi.-disse Eduardo.-Como a senhora vai?eu estava justamente indo visitar a Florinda.
-Você não vai ficar no meu caminho.-disse ela.
Eduardo a encarou sem saber o que acontecia,as mãos de Lisbela ficaram brancas os olhos transformaram em chamas sua pele se tornou labaredas vivas.Os olhos dele se arregalaram nunca tinha visto algo assim em sua vida,Lisbela o segurou pelo colarinho e o arremessou para o tonel gigante de vinho ele se debateu como uma presa fácil que cai na armadilha.
   Lisbela deu um sorriso exuberando faíscas.
-Você não queria beber?-disse engrossando a voz-Então beba Carlos Eduardo.-O tonel foi fechado e a grande torneira ligada,ele estava preso lá ninguém podia escutá-lo por mais que gritasse.
   Após horas caminhando na estrada com o vestido branco ela viu um carro se aproximar ao longe ficou no meio da estrada em busca de pedir carona.O carro parou a sua frente e ela sorriu ao vê-lo,Elói desceu do carro com lágrimas nos olhos.
-O que aconteceu?-perguntou ela dando um forte abraço.
-Estávamos no bar então vieram me falar que o Eduardo está morto.-disse o garoto chorando.
-O que?-Se assustou Florinda com a noticia.
-Eu saí com o carro sem esperar a polícia.-completou o garoto.-E eu a vi saindo do bar.
-Quem você viu Elói?-perguntou em prantos.
-Lisbela.-disse ele demonstrando medo.
-Você estava certo mais uma vez.-disse a mãe-Eu não posso deixar que acabe assim,não posso deixar.
Florinda abraçou o filho e os dois choraram juntos.
-O que você vai fazer mãe?-perguntou Elói.
-Elói,volte com o carro e traga ajuda.
-Mas você pode ser presa.-disse o filho chorando.
-Olha Elói saiba que eu te amo.-disse ela o abraçando novamente.-Eu só percebi isso quando senti que podia te perder.
-Eu também te amo mãe.Me diz o que vai fazer?
-Vou mandar ela de volta pro inferno.-disse ela com ódio.
As portas da antiga igreja foram abertas,os convidados esperavam com trajes sofisticados da época.Florinda cruzou o tapete vermelho e chegou até o altar para a cerimônia,o padre abriu a bíblia e fez todo o ritual.
-Lisbela Reis você aceita Florinda como sua mulher?-perguntou o padre.
-Sim.-respondeu confiante.
-Florinda Mourinho você aceita Lisbela como sua mulher?
Florinda encarou Lisbela todos esperavam sua resposta,ela olhou para o padre e ao olhar para Lisbela deu um grande sorriso.






Biografia:
TENHO 16 ANOS E ADORO ESCREVER MINHA ESPECIALIDADE É A POESIA MAS ESCREVO CONTOS TAMBÉM,VOU PERSEVERAR PARA ME TORNAR UM ESCRITOR DE SUCESSO ESPERO AJUDÁ-LOS.
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