Caminhando sem mai e nem menu por uma tria barrenta e sem prosa, procurando argo que não sei, mas "tô".
Oiei para uma sombra da árvure no canto do mato.
Pensei: Será que é ela a resposta da minha prece?
Que posso dizer eu com tamanha discrença?!
Fui vê, e é memo uma sombra!
Pensei: Será que se interessou por eu ou foi simpática?
Eu oiei e ela oiou, não curreu, nem sumiu; Deve sê uma boa pretendente!
Me apresentei e por nada já fui entrando.
Ela deve te se arretado, por que vi uma fruta lá em cima e fui pega sem licença, ai a danada andou de lado e me deu o "solão" de novo.
Caculei di novo: Essa manceba gostou deu, mesmo tendo se arretado, já cheguei e me deu presente, eu ainda sendo homem, sô.
No causo, nóis temo que da presente e não ela! Será que que firma casório comigo?
Quebrei a cara! Tava lá em cima, todo todo pegando a fruta, oiei mai in arriba e vi um ninho de passarinho.
Desgracera, já ganhei fios sem conhece a mãe, e só de uma bisoíada fatar já tenho a quem dá de come.
Desgraceira dua vezis, lembrei, ontem tava sem nada e ninguém, hoje to indo imbora com minha fruta, meus fíos de um galanteio qualque, com muié de um dia e com o sol me molestando.
Moral:
O óbvio para os olhos, teia da aranha.
Sentença fora da cachola, ladrão rouba.
Olhos desfocados, destino sem dono.
Pés vacilantes, buraco profundo.
Caminho sem rumo, cemitério de almas.
Equações sem variáveis, resultados inesperados.
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