Me dê a mão, meu amor. Enquanto todos correm nesse inferno que estamos, vamos dançar. Deixe-me ver seu sorriso, seu lindo rosto e aquele olhar que me faz recordar de cada segundo que passamos juntos. Vamos dançar como dançamos no dia do nosso primeiro beijo, vamos dançar como se não houvesse amanhã, vamos nos abraçar porque o inferno já vem, e todos estão correndo sem direção pra fora de um inferno que nos alcança mais rápido. Seus olhos, que lindos olhos, azuis como o céu mais claro, agora refletem o vermelho, puro. Olhe nos meus olhos e me faça recordar de cada segundo que passamos juntos. Isso, amor, estou vendo nossas voltas de mãos dadas pelo parque, os churrascos na sua casa, e seu pai me olhando de canto de olho, e quando te levava pra casa, não importa se chovia, até ficava mais divertido, acho que você gostava da chuva nos tocando, dos nossos beijos na chuva, e como eu gostava de tudo em você. Agora me abrace, amor, porque o inferno está tomando tudo em nossa volta, logo nos tomará também. Não há mais correria, apenas um consentimento de que a morte nos encurralou aqui, mas isso pra mim não importa, pois estamos juntos, e acabamos de fazer a melhor dança da nossa vida. Me diz quem é maior que o amor? Continue me abraçando, me faça companhia até o fim, não se sinta banal, não se sinta pequena, pois estaremos nos noticiários amanhã, estaremos nos noticiários, apenas me abrace forte, meu amor, feche os olhos e eu não te soltarei jamais.
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