Será que sou eu?
E se não sou mais eu?
Euzinha?
Mas se sou eu onde foi parar minha voz?
Será que ao me pedirem para ficar calada
resolvi fugir de mim para não ser eu a cair
no pecado de falar?
Pois se já hoje pela manhã esqueci de tudo
o que tinha prometido e ousei roubar rosas
no jardim dos sonhos do meu vizinho outra vez
e deixar lá registradas prá nem eu mesma duvidar e negar,
as mesmas perguntas de sempre?
Será que fui castigada pelo meu pecado
de ter hoje, só uma vez, só uma vez,
invadido propriedade alheia?
Onde anda minha voz que sumiu?
Porque não consigo mais falar?
E em que lodo fui navegar que trouxe
sem ver nem saber, uma rosa morta
para minha nova casa?
O que fiz eu? Onde fui mexer?
Não entendo nem mais minha
janela de ver o mundo.
Que confusão que
virou minha morte!
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