Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
PROJETO DE PESQUISA: ALBETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ALFABETIZAÇÃO
Ismael Monteiro

Resumo:
Discute a alfabetização de jovens e adultos no Brasil

OS CAMINHOS DA ALFABETIZAÇÃO
DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL

1 APRESENTAÇÃO

     Em razão das exigências da ciência e da tecnologia, juntamente com um modelo econômico que exige a competição, a educação tem sido causa de várias discussões em toda a sociedade brasileira.
Neste constructo, a alfabetização de jovens e adultos no Brasil ainda é um problema difícil de resolver, pois muitos teóricos afirmam que isto é reflexo das mudanças econômicas, sociais e das lutas pelo poder público.
No País, a importância da alfabetização de adultos começou a ser tema de política educacional a partir dos anos 40, embora já houvesse a preocupação em oferecer a escolarização a camadas da população excluídas da escola.
     Por outro lado, a busca da alfabetização pelos jovens e adultos, revela que estes personagens estão preocupados em superar suas condições precárias de vida, cuja raiz do problema se encontra no analfabetismo. É nesta luta que eles se engajam procurando abrir novas oportunidades de melhoria de sua condição social.
     Por isso, aqueles que não sabem ler e escrever querem ser alfabetizados para que tenham chances no mercado de trabalho e sintam-se responsáveis pelos destinos do País.

2 JUSTIFICATIVA

     A razão de ser da pesquisa a ser realizada foi que, é preciso conhecer de perto os problemas que permeiam a alfabetização de jovens e adultos no Brasil na concepção dos teóricos.
     Com este conhecimento, vai ser possível identificar as causas do analfabetismo e o que está sendo feito para diminuir esta grande problemática da educação brasileira.
     Desse modo, a pesquisa futura se justifica, pois a partir do conhecimento retrospectivo da alfabetização de jovens e adultos, é possível fazer um balanço da conjuntura atual e esboçar algumas perspectivas futuras.
     
3 OBJETIVOS

3.1 Geral

     Analisar os problemas da alfabetização de jovens e adultos no Brasil.
     
3.2 Específicos

–     Fazer uma síntese histórica sobre a educação de jovens e adultos no Brasil.
–     Analisar os problemas que permeiam a alfabetização de jovens e adultos no País.
–     Conhecer os preconceitos que sofrem os jovens e adultos analfabetos na sociedade brasileira.

4 HIPÓTESES
     
     Os problemas da alfabetização de jovens e adultos são históricos e refletem a pouca importância que as autoridades sempre proporcionaram ao setor.
     O desenvolvimento capitalista implantado no País, não exigiu que o governo cedesse espaço para a alfabetização de adultos, o que deixou muitos brasileiros analfabetos.
     Apesar dos programas voltados a alfabetização, como o MOBRAL, o Fundação Educar, dentre outros, eles não resolveram os problemas da alfabetização no Brasil.

5 REFERENCIAL TEÓRICO

     A educação de jovens e adultos pode ser entendida como “parte constitutiva do sistema regular de ensino que propicia a educação básica, no sentido da prioridade de que ele deve ser alvo, com todos os seus componentes estruturais, por parte das autoridades e da população”, de acordo com GADOTTI e ROMÃO (2000, p. 55).
     A educação dos adultos no Brasil ganhou importância a partir dos anos 40, embora anteriormente já se mencionasse a necessidade dela. PAIVA (1983) relata que o final dos anos 40 e início dos 50 houve o desenvolvimento dos programas de massa destinados à educação dos adultos. Nesta época surgia a Campanha Nacional de Educação Rural, que seguia a orientação de organismos internacionais em relação à educação dos adultos analfabetos, instalando suas missões em pequenas comunidades no interior do País.
BEISIEGEL (1997) mostra o caráter exemplar da Campanha Nacional de Educação de Adultos, que começou em 1947 e tinha como política governamental o entendimento da educação de adultos como princípio basilar na elevação dos níveis educacionais da população. O mesmo autor destaca o papel indutor que a União assumiu, provocando a iniciativa dos estados em promover a estruturação de serviços de educação primária para os jovens e adultos.
     Pode-se dizer que a Campanha de 1947 abriu as portas para uma proposta metodológica de alfabetização de adultos, embora isso só viesse a acontecer na década de 60. Nesta década, assistiu-se a uma reformulação na sociedade brasileira, com a ascensão do processo inflacionário. Apesar do clima agitado, o governo da época apoiou os programas de educação de adultos.
     Nesta época apareceu uma nova concepção, baseada em Paulo Freire, que segundo DI PIERRO et al. (2007) consistia não somente ensinar o aluno a ler e a escrever, mas torná-lo participativo na realidade política do País, não sendo vítima de explorações enganadoras dos retentores do poder. Freire traçou uma ruptura homem-objeto para uma relação homem-sujeito que constrói e reconstrói sua história.
     FREIRE (1985, p. 22) comenta: “é preciso fazer da educação um ato político, onde alfabetizar-se implique, antes de mais nada, aprender a ler o mundo compreendendo seu contexto e ser capaz de “escrevê-lo” ou de “reescrevê-lo”, quer dizer, de transformá-lo através da prática consciente”.
O método de Paulo Freire representa uma combinação das conquistas da teoria da comunicação, da didática contemporânea e da psicologia moderna. O método deriva de idéias pedagógicas e filosóficas mais amplas, oriundo de influências recebidas, especialmente dos pensadores cristãos franceses, segundo PAIVA (1983).
As idéias de FREIRE (1985) revelam que o aprender a ler e escrever são atos de educação que por sua vez deve estar comprometida com a libertação dos homens. Segundo PAIVA (1983) o método de Freire se mostrou eficaz por partir da realidade do alfabetizando, de fatos de sua vida cotidiana. Ele negava a mera repetição de frases, e apontava para um método de formação da consciência crítica que passa por três etapas distintas: etapa da investigação, etapa da tematização e etapa da problematização.
Mais detalhadamente, FREIRE (1996, p. 45) preconizava:

(...) que o ato de ensinar exige: pesquisa, respeito, criticidade, estética e ética, reflexão crítica sobre a prática, consciência do inacabamento, respeito a autonomia do ser do educando, bom senso, apreensão da realidade, alegria e esperança, a convicção de que a mudança é possível, curiosidade e segurança, comprometimento , compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo, liberdade e autoridade, tomada consciente de decisões, saber escutar, disponíbilidade para o diálogo e querer bem aos educandos.

O Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), foi criado pela Lei n. 5.379, de 15 de dezembro de 1967. Ele foi concebido como um sistema que visava ao controle da alfabetização da população, especialmente a rural. (PAIVA, 1983). O MOBRAL estabeleceu um rígido controle central, mas tinha baixa articulação com o sistema de ensino básico. Nos anos 70, o MOBRAL diversificou sua atuação, mas não foi capaz de responder às críticas em relação aos dados estatísticos que apresentava.
Após a III Conferência Internacional de Educação de Adultos em 1972, a Educação de Adultos voltou a ser entendida como suplemento da Educação Fundamental, introduzindo jovens e adultos, especialmente os analfabetos no sistema normal de educação. O conceito de Educação de Adultos surgiu em Paris, em 1985, com a IV Conferência Internacional de Educação de Adultos.
Desacreditado, o MOBRAL foi extinto em 1985, dando lugar a Fundação Educar. Em 1989, foi criada no Brasil, a Comissão Nacional de Alfabetização, coordenada por Paulo Freira e após, por José Eustáquio Romão.
O fechamento da Fundação Educar em 1990, por falta de recursos financeiros, bem como à escassa produção de estudos e pesquisas, contribuiu para que a educação de jovens e adultos se torne uma mera reprodução somente.
Na última década do milênio, a educação de jovens e adultos segundo o IBGE em 1996, revelou que existiam 15,3 milhões de brasileiros que não completaram sequer um ano de escolaridade, 19,4 milhões têm apenas de um a três anos de instrução e outros 36 milhões completaram de quatro a sete anos. No caso específico da alfabetização, o índice de cobertura não chega a 1%, tem-se 8,41% dos jovens e adultos cursando o sistema regular e apenas 4% freqüentando cursos para jovens e adultos.
Gadotti e Romão (2000) fazem um retrospecto do analfabetismo no Brasil, revelando que o País tinha em 1980 uma taxa de 26% de analfabetos e em 1989 esta taxa desceu para 18,8%. O número de analfabetos com 15 ou mais anos de idade, aumentou de 1983 de 17.204.041 para 17.587.580. Os mesmos autores revelam que este fracasso se deve aos problemas da concepção pedagógica, problemas metodológicos.
Por sua vez, eliminar o analfabetismo exige que o sistema público de ensino seja capaz de reter o contingente de alunos matriculados no ensino fundamental. Quanto à alfabetização de jovens e adultos, Gadotti e Romão (2000) relatam que é preciso entabular estratégias para uma possível transformação, pois eliminar o analfabetismo em sua origem exige que o sistema público de ensino seja capaz de oferecer escola pública para todos e que seja de boa qualidade.
É importante lembrar o pensamento de RIBEIRO (2007, p. 39) acerca do adulto analfabeto:

Dependente do contacto face a face para enriquecimento de sua experiência social, ele tem que, por força, sentir-se uma criança grande, irresponsável e ridícula [...]. E, se tem as responsabilidades do adulto, manter uma família e uma profissão, ele o fará em plano deficiente [...].
O analfabeto, onde se encontre, será um problema de definição social quanto aos valores: aquilo que vale para ele é sem mais valia para os outros e se torna pueril para os que dominam o mundo das letras.
[...] inadequadamente preparado para as atividades convenientes à vida adulta, [...] ele tem que ser posto à margem como elemento sem significação nos empreendimentos comuns. Adulto-criança, como as crianças ee tem que viver num mundo de egocentrismo que não lhe permite ocupar os planos em que as decisões comuns tem que ser tomadas.

     A partir destas considerações, pode-se perceber a importância da alfabetização de adultos, e por isso, toda a sociedade deve assumir um compromisso de mudança, para que o espírito de transformação contagie e motive os educandos.

6 METODOLOGIA

     A metodologia escolhida para o futuro trabalho será a bibliográfica, em razão de que “as pesquisas se propõe a análise das diversas posições acerca de um problema, costumam ser desenvolvidas quase exclusivamente a partir de fontes bibliográficas” (GIL, 1991, p. 48). Isso encontra semelhança com o estudo a ser realizado, porque pretende-se analisar os problemas da alfabetização de jovens e adultos no Brasil.

7 CRONOGRAMA

ATIVIDADE     2013
     JAN     FEV     MAR     ABR     MAI     JUN     JUL
Escolha do Tema     X     X     X                    
Levantamento Bibliográfico          X     X                    
Desenvolvimento do Projeto               X     X               
Coleta de dados               X     X     X          
Interpretação dos resultados                         X          
Redação da monografia                         X     X     
Entrega para revisão                              X     
Entrega final                                   X






REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BEISIEGEL, Celso de Rui. Considerações sobre a política da União para a educação de jovens e adultos analfabetos. Revista Brasileira para a Educação. São Paulo, Jan./Abr. 1990, n. 4, p. 26-34.

DI PIERRO, Maria Clara; OIA, Orlando; RIBEIRO, Vera Masagão. Visões da educação de jovens e adultos no Brasil. Disponível em www.scielo.br;pdf;ccedes;v21n55/5541.pdf Acesso em 10/mar/2007.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Vozes, 1985.

_____. A experiência do MOVA. SP/Brasil. Ministério da Educação e Desporto. Instituto Paulo Freire; Organização de Moacir Gadotti. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José E. (orgs.) Educação de jovens e adultos: teoria, prática e proposta. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2000.

IBGE – Contagem da população: 1996. Brasília: IBGE, 1997.

PAIVA, Vanilda Pereira. Educação popular e educação de adultos. São Paulo: Edições Loyola, 1983.

RIBEIRO, Vera Maria Masagão (coord.) Breve histórico da educação de jovens e adultos no Braisl. Disponível em http://www.acaoeducativa.org.br/downloads/parte1.pdf. Acesso em 27/mar/2007.



Biografia:
Sou pesquisador científico há vários anos e possuo conhecimento sobre diversas áreas.
Número de vezes que este texto foi lido: 59435


Outros títulos do mesmo autor

Poesias BOM HUMOR Ismael Monteiro
Humor RECEITA PARA FICAR RICO (I) Ismael Monteiro
Poesias VIDA DE CRIANÇA Ismael Monteiro
Poesias VIDA SOFRIDA Ismael Monteiro
Poesias O ENCANTO DAS FLORES Ismael Monteiro
Poesias AMIGO POETA Ismael Monteiro
Humor EXPERIÊNCIA COM A ADMISSÃO DE EXPOLÍTICOS Ismael Monteiro
Humor LIQUIDAÇÃO DE EX-POLÍTICOS Ismael Monteiro
Humor VENDA DE EX-POLÍTICOS Ismael Monteiro
Poesias DESPEDIDA Ismael Monteiro

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última

Publicações de número 21 até 30 de um total de 170.


escrita@komedi.com.br © 2025
 
  Textos mais lidos
441 anos de Sepetiba – Comemorar e lembrar para evoluir? - Bianca de Moura Wild 60272 Visitas
Naquela Rua - Graça Queiroz 60255 Visitas
"Caminantes" - CRISTIANE GRANDO 60237 Visitas
Jazz (ou Música e Tomates) - Sérgio Vale 60220 Visitas
Vida Amarrada II - Lenda Dupiniquim - J. Miguel 60217 Visitas
Criação - valmir viana 60214 Visitas
PÃO, CIRCO E AMOR - Lailton Araújo 60206 Visitas
RESENHAS JORNAL 2 - paulo ricardo azmbuja fogaça 60143 Visitas
O Desafio do Brincar na Atualidade - Daiane schmitt 60142 Visitas
Fazendo bolo - Ana Mello 60133 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última