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O VIÚVO (PARTE - 2)
EMANNUEL ISAC

Alberto ausentou-se da sala e voltou pouco tempo depois com um copo com água e ofereceu à Renata. Após tomar a água, Renata olhou para Alberto e pediu desculpas, por estar dando trabalho a ele. Ela não entendeu direito quando ele disse que isso não importava, ela ainda se sentia tonta e pediu para que Alberto retirasse ao menos, aquele buquê de jasmim de perto dela.

          Passaram-se alguns minutos até Renata se recuperar totalmente. Ela olhou para Alberto e percebeu a expressão em seu rosto:

          - Não entendi o motivo da expressão de alegria em seu rosto?
          - É que eu acho que você já está lembrando de algumas coisas! - Respondeu ele;
          - Lembrando o quê? - Indagou ela surpresa com a resposta dele;
          - Vamos! Precisamos ir em um lugar! - Alberto pegou nas mãos de Renata e saiu puxando ela.

          Renata levantou espantada e antes mesmo que pudesse esboçar alguma reação, Alberto já estava saindo pela porta, puxando-a pela mão:

          - O que está acontecendo? Para onde você está me levando?
          - Calma! Você já vai entender; ao menos, eu espero!

          Alberto seguiu pela rua estreita e já movimentada. Renata seguia nos seus passos e olhava para as pessoas que passavam por eles sem darem muita atenção; é como se não os notassem. Chegaram em frente a um grande edifício e Alberto entrou pela porta giratória. Ao passar pela porta, Renata parou de repente, sentiu a cabeça pesar e fechou os olhos:

          - Você está bem? - Perguntou Alberto, se aproximando dela;          
          - Um..., momento..., este lugar..., ele está me lembrando... - Renata suspendeu a cabeça e olhou em volta;
          - Isso é um hospital? - Perguntou ela, finalmente a Alberto;
          - Sim! Estamos em um hospital! - Alberto repetiu o mesmo sorriso de quando Renata sentiu o perfume dos jasmins;
          - Por qual motivo você me trouxe a um hospital? Afinal de contas, o que significa tudo isso? - Renata falava com Alberto e observava que as pessoas passavam por eles mas não lhes davam atenção;
          - Venha, precisamos ir até o oitavo andar, lá, você entenderá tudo o que está acontecendo! - Alberto se dirigiu para a porta do elevador, e ficou esperando por Renata.

          Renata ainda permaneceu parada no mesmo lugar, olhando atônita para Alberto. Ela não podia acreditar que estava seguindo as ordens de um homem, que mal acabara de conhecer, mas que transmitia nela ao mesmo tempo, segurança. Ela não entendia porque aquele lugar, estava lhe trazendo a sensação de já ter estado nele antes. Já que estava alí, agora desejava descobrir o que aquilo tudo significava e por qual razão Alberto sorria, todas as vezes que ela começava a lembrar de alguma coisa.

          Lentamente, Renata seguiu em direção a onde Alberto estava; entrou no elevador, e olhou para ele que só fez balançar a cabeça positivamente, para ela prosseguir. Os dois se colocaram ao fundo da cabine e as pessoas que entravam, pareciam não notar a presença deles ali dentro. Aos poucos, todos foram saindo do elevador à medida que chegavam nos andares, e por fim, só restou Alberto e Renata.

          A cabine parou no oitavo andar e Alberto saiu; olhou para trás e Renata estava parada, encostada no fundo da cabine do elevador, olhando fixamente para ele:

          - Você já chegou até aquí, não vai desistir agora de saber por qual motivo eu te trouxe aqui, vai? - Alberto parou na porta do elevador e estendeu a mão para Renata;
          - Não! Eu só...,
          - Pode falar! - Alberto se aproximou mais ainda e sorriu;
          - É que você ao sair, seu jeito de andar, me lembrou alguém que eu conheço..., que eu já vi..., eu..., não sei...!
          - Venha, talvez agora, você consiga lembrar das coisas... - Alberto retirou Renata de dentro do elevador.

          Quando ela saiu, sentiu mais uma vez o perfume de jasmim que emanava por todo o corredor; segurou firme na mão de Alberto e deixou-se ser levada por ele. Alberto parou na frente de um quarto cujo número era o 810/11, se afastou e deu a entender que era a própria Renata quem deveria abrir a porta.

          Ela achou estranho o número na porta mas, lentamente, segurou na maçaneta e girou; a porta foi se abrindo e ela pode ver três pessoas dentro do quarto: uma mulher sentada próxima à uma cama, uma senhora em pé ao lado da cabeceira de outra cama e um garotinho, que brincava com um carrinho.

          Ela ficou como estátua na entrada do quarto; aquelas pessoas..., ela as conheciam mas..., quem eram elas? Queria lembrar mas não conseguia! Olhou e viu perto da janela, uma jarro com um buquê de jasmim e próximo à ele, uma Bíblia grande que estava aberta. Foi entrando à passos lentos, ninguém parecia notar a sua presença, caminhou até ao lado da cama e olhou para o vaso de jasmim e pode ver de relance, que a Bíblia estava aberta no Livro de João. Ao olhar para a pessoa que estava deitada..., quase caiu sentada no chão!:

          - Não..., é possível..., é..., você!!! - Renata olhou para a porta do quarto à procura de Alberto mas não o encontrou.

          Olhou para a cama e viu aquele homem cheio de tubos para respirar e enfaixado na maior parte do seu corpo; aproximou seu rosto e olhou atentamente, seu medo se confirmou: aquele homem que estava deitado, era Alberto!

          Renata pôs as mãos na boca e começou a tremer o corpo por inteiro. Girou na direção da outra cama, e sentiu seu coração gelar quando contemplou a outra pessoa deitada na cama em sua frente: era ela própria...          

          
             EMANNUEL ISAC

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