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No sertão do nordeste brasileiro
Filho de fazendeiro
Num dia qualquer nasceu
E por quarenta anos ali viveu
O homem mais corajoso,
Valente e teimoso
Que o sertão já conheceu.
Até que um dia
Uma grande covardia
Custou-lhe a sua vida.
E mesmo com tanta valentia
Não houve naquele dia
Tempo para a despedida.
Eu ainda me lembro:
Era manhã de 24 de dezembro
De mil oitocentos e noventa e um.
Parecia um dia comum;
Jacob conduzia o seu gado
Armado e bem montado
No seu cavalo alazão
Quando de repente,
Na ausência de toda gente
Tal como uma presa
Sem chance de defesa
Foi covardemente metralhado
Por dois capatazes
Assassinos sagazes
Que estavam na espera
Daquela grande fera
Prontos para tirar a vida
Sem volta e sem despedida
Do homem mais valente
Dentre toda gente
Que no sertão cearense já nasceu
E viveu.
De repente,
Escutam-se os tiros roncar na serra.
Caia sobre a terra
O corpo e a lenda do dono do sertão.
Na casa grande da fazenda,
Tinha gente,
Uma tenda,
Que já se sabia
Que naquele dia
Não haveria alegria
Porque alguém acabara de morrer.
Só não sabia se tratar de Jacob Maranhão
O maior matador que o sertão
Até hoje pode conhecer.
Um homem pequeno
Bem sereno,
Mestre em dialogar
Que nasceu para matar
Fugir e sobreviver.
Já lá no terreiro
O seu único herdeiro
Corre para socorrer o patriarca.
Já a matriarca,
Uma velha bem sofrida,
Havia tapado a sua ferida
Tirando a vida de Jacob Maranhão.
Assim como Sanção,
O pai da honra do sertão
Viu uma mulher roubar todo o seu legado.
Pois esse foi o recado dado
Antes de ele morrer.
Mas ao cair e dar um ultimo suspiro,
Jacob acerta mais um tiro
Devolvendo a bala ao coração do pistoleiro.
Ferido e magoado,
A fim de devolver o recado,
Monta em seu alazão,
E mesmo com uma bala no pulmão,
Volta para casa,
Com o peito feito brasa
Para desfazer a sua comunhão.
E antes de desfalecer
Pega na mão da sua amada
E com uma única facada
Corta lhe o coração
Antes mesmo de morrer.
Debruçado sobre o chão,
Jacob puxa a arma e estende a mão
Para com um tiro certeiro
Acertar o coração do herdeiro
Aquele que mandou te matar.
Se por um lado sobrou covardia,
Mesmo num péssimo dia
Jacob honrou a valentia do sertão,
Ao percorrer a pior estrada
Para matar a sua amada
A autora da traição.
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Biografia:
ANTONIO ERINEUDO GERMANO DA SILVA (ERINEUDO SILVA) Nasceu em 21 de abril de 1981 na cidade de Ererê/CE e atualmente reside em Fortaleza/CE.
Começou escrever aos dezesseis anos e desde então, não mais parou. Atualmente escreve em todos os gêneros literários, priorizando sempre a pesquisa voltada para a literatura gospel.
ERINEUDO SILVA escreve também para o cinema e televisão. No início de 2013 revelou-se um escritor e poeta extremamente romântico ao lançar o BLOG FALANDO DE AMOR. Ao contrário das outras obras que levaram anos para enganchar, OS POEMAS E CARTAS DE AMOR DE ERINEUDO SILVA foram e continuam sendo um sucesso de visualizações na internet.
Apesar do anonimato, levando em consideração todas as obras de sua autoria, ERINEUDO SILVA é sem sombra de dúvidas um dos melhores poetas e escritores brasileiro da atualidade. Ao ler esse livro você perceberá tamanha verdade sobre a vida profissional desse genial escritor.
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