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O BRASILEIRO GOSTA MUITO DE PERDEDORES
Pela 240ª semana, um recorde por lá, O ALQUIMISTA de Paulo Coelho se encontra na lista dos livros de ficção mais vendidos do Jornal americano The New York times.
Literatos nem tanto gostam muito de meter o pau neste autor, mas acredito que nem a metade leu alguma coisa dele, eu também não li, mas não preciso ter lido para reconhecer que se tem tantas pessoas o lendo no mundo todo e em sociedades tão dispares como A ucraniana e a chilena, a russa e a americana, a iraniana e a chinesa, ele, pelo menos, tem uma linguagem que alinhava por cima de todas as culturas.
Somos responsáveis por tudo que lançamos no mundo, seja bom ou ruim, há responsabilidade pelo que causamos nas pessoas ou despetamos nelas, pelo que passamos à frente, e ai me vem sempre à mente que Goethe, o maior escritor alemão e um dos maiores de todos os tempos, ao lançar o seu livro “Os Sofrimentos do Jovem Werther”, no inicio da sua trajetória, levou muitos jovens ao suicídio; à suicídios em série.
Portanto os escritos de Paulo Coelho são de sua própria responsabilidade, mas eu nunca vi ninguém dizer que se desnorteou ou norteou-se na vida após lê-lo, então aqui o vejo simplesmente como uma literatura comercialmente impressionante.
Se são bons ou não aqui é irrelelevante e não indico ninguém a lê-los, pois não é esta a finalidade desta crônica.
O brasileiro, no seu complexo de Macunaima, não admira os seus expoentes, os seus vencedores, mas quem sabe se começarmos a ter mais respeito por eles, não começaremos a ganhar algum Prêmio Nobel por ai, tanto faz se na Literatura, na Ciência ou qualquer outro campo, pois temos expoentes em diversas áreas.
Cultuamos os campeões, mas de preferência se forem sofredores nas suas vidas pessoais (o sofrimento é redenção) como foram Ayrton Senna e Garrincha como exemplo.
O nosso bilionário Eike “é claro que foi beneficiado pelo pai Eliezer” que deu as dicas das minas de ouro para ele, e esquecem-se estes, ou melhor, não sabem, que o Sr. Eliezer, foi um dos visionários que colocou o Brasil no caminho das descobertas minerais, principalmente as de ferro e não de ouro, já que naquela época nem existiam meios de descobrir-se minas, a não ser para quem fosse para a recôndidos.
O Brasil teve algumas perdas violentas que mexeram comigo, não pelas perdas em si, mas pela comoção que causaram ao país e que poderiam ter sido evitadas.
Não os vejo como vítimas, mas como responsáveis por tantas tristrezas causadas.
A primeira foi a morte do Tancredo, depois de tantos anos sem democracia, nós todos felizes, e o homem ao invés de cuidar da saúde como devia, pela importância do momento, foi relapso e nos deixou amargando mais anos e anos sem termos o gostinho da verdadeira democracia.
Outro foi Ayrton Senna que deu entrevistas sobre os perigos que tinha sentido na pista; nos treinos já haviam ocorridos acidentes, se não me engano também uma morte, e deu a entender que não iria correr, mas lhe faltou firmeza na hora final, que poderia ter levado à uma reviravolta nas regras do jogo, (como ocorreu depois) e, por falta desta "afinou" e, correndo contra a sua vontade e sua intuição, morreu.
Piquet, Emerson, sempre foram fortes, mas brincalhões e ferinos nas suas colocações e estão ai vivos e por isto mesmo ninguém dá muita bola mais para eles.
Sofri muito, mas pelo país, com estas mortes que poderiam ter sido evitadas, e o sentimento que me lembro ter sentido foi de um grande desalento, uma grande decepção, pois justamente quando precisavamos de afirmações positivas .
Parece que temos um pouco de “Complexo de Argentina”, não cultuamos os vivos só os mortos e fracassados.
Para exemplificar o nosso campeão de MMA Anderson Silva que já estão tentando menosprezar:
"Sabe o que eu acho? Eu acho que a gente tem um grande problema no país, que é a descontrução dos ídolos."
www.hserpa.prosaeverso.net
"Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de si mesmo' Roselis von Sass – www.graal.org.br
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