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O outono da borboleta
Maria

Outono, época de transformação.
As árvores se desnudam reagindo as intempéries do tempo.
Se deixam transformar.
É uma transformação dolorida.
Dói tirar máscaras e enfeites. O outono é como a vida da borboleta.
Nasceu lagarta, viveu longo tempo enclausurada, fechada em torno de si mesma.
E naquela escuridão de ninguém ver, permanece quietinha, toda enroladinha em fios de natureza.
Mas um dia parece que o tal casulo ganha vida e,surpresa para os olhos que observam, sai de lá, uma linda borboleta.
Já vi isso acontecer.
É lindo observar o nascer de uma borboleta.
Precisa-se de ter cuidado.
Fui querer ajudar a pequena a sair do casulo que a prendia. Me pareceu tão confusa sua saída, tão dolorida e demorada. Ela tentava e tentava e parecia que para dentro do tal casulo sempre retornava.
Era uma borboleta azul com pontinhos verdes tão lindos. Nunca em minha vida tinha visto uma assim.
E estava ansiosa para vê-la abrir asas e voar.
Estava a observá-la.
Então como alguém que acha entender de borboletas resolvi ajudá-la.
Já sabia que isso não se faz. Mas não resisti.
Cortei um pequeno fiozinho que parecia prender a borboletinha naquele mundo de escuridão.
Ainda não entendo bem o que aconteceu, mas a borboleta nasceu com a asa defeituosa.
E nunca alçou vôo como era seu destino.
Passou um dia caminhando por minhas folhagens, e depois desapareceu para sempre de meus olhos curiosos e ansiosos para vê-la alcançar alturas inimagináveis.
Descobri que fui eu a culpada.
Ao cortar o pequeno fio que a prendia, não permiti que sua asa fosse contra ele friccionada, até a livrar daquele visco que a cobria, e assim completamente livre, abrir asas e voar.
Aprendi na vida a esperar.
Ter paciência e aguardar todas as épocas do ano chegarem, uma a uma, e acontecerem em transformação.
Em transformação de vida e acalentar de sonhos.
Queria ter as asas da borboleta e voar, para ir para lugares onde só os que tem asas podem ir!

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