Hoje não é o Dia Internacional da Mulher - data para reflexão e cobranças. Não é dia de festa e de homenagem à mulher. É dia de entender a atual situação das mulheres nos continentes, ditos civilizados ou não, e as políticas sociais em benefício do sexo feminino.
Não é dia de brinde às mulheres rainhas, princesas, operárias, estudantes, atrizes, cantoras, compositoras, pintoras, professoras, senadoras, deputadas, juízas, advogadas, médicas, enfermeiras, escritoras e até presidentas. Não é dia de brinde para as mulheres que vivem à margem da sociedade. São presidiárias inocentes ou não, escravas esperando a alforria, prostitutas maiores e menores, analfabetas, portadoras de DST - Doenças Sexualmente Transmissíveis e outras que trabalham na cidade e no campo, sem as mínimas condições trabalhistas. São mulheres que sofrem de uma doença crônica moderna: a discriminação. Elas estão aprendendo a lutar pela sobrevivência e cidadania. São mulheres com alma, esperança, poder de sedução, poder de mudança, de educação, e aprendizes nas sociedades machistas.
Muitos homens ainda matam mulheres em nome da honra! O que é honra? Matar uma mulher por suposto adultério, ou mesmo, um verdadeiro adultério é medieval... As políticas internas e externas do Brasil precisam ser revistas. As autoridades e diplomacias brasileiras devem protestar contra quaisquer países que tenham como lema olho por olho, dente por dente. Os tempos são outros! Religião e Estado devem conviver com costumes e leis separados. Não se brinda com sangue... Sangue não é vinho ou outra bebida para um brinde de festa!
O brilho da mulher está em todos os lugares. Brilha a mulher negra, branca, amarela, vermelha, azul e até a transparente - moradora das comunidades opacas. Brilha ainda a mulher amante, esposa, namorada, que apenas fica, amiga, inimiga, conselheira, confidente e inconfidente, mãe, tia, avó, filha, neta, nora, irmã, prima e mulher primazia. Viva a mulher! Viva a mãe da terra, da água, do ar, do fogo! Viva a mãe africana, européia, asiática, americana, brasileira, santa, profana, do terreiro, do templo budista ou judeu, evangélica, com ou sem religião, feminina ou não - apenas mulher!
O planeta Terra - talvez um dia - será outro planeta na visão da poesia. Quando? Na medida em que o ser humano homem perceber a importância vital do ser humano mulher. E para felicidade geral das nações e dos poetas, acontecerá a verdadeira transformação na sensibilidade masculina. Serão os caminhos da perfeita harmonia tão perseguida na arte?
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