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O Significado da Vida
Vitor Silva

Resumo:
Apreciação espírita a uma das mais inquietantes perguntas da humanidade, afinal, qual o significado da vida?
Contém 5.401 caracteres.

Desde que excluindo o fator acaso de nossos pensamentos, sobra-nos a inquietante questão: qual o significado da vida? Mesmo em nossa semiconsciência, claramente exposta pelo Buda em suas Quatro Nobres Verdades, vemos que a razão de existirmos além do mero convencionalismo das forças instintivas, é algo que parece insistir em nossas cogitações mais profundas.

Muitos de nós buscamos ou na Ciência ou na ortodoxia religiosa a resposta para essa pergunta. A primeira poderá dizer que vivemos para transmitir nossos genes, a segunda dará de ombros, provavelmente. Talvez a resposta esteja no meio termo: a Ciência poderá extrair alguns apontamentos úteis das notáveis evidências que apontam sermos Espíritos, e a Religião poderá se arriscar nos estudos que seus dogmas não permitem. O momento é propício.

Então, depois de buscarmos nessas duas colunas de conhecimento e termos sido expostos ao não saber, deveríamos nos conformar? Felizmente, não. Aproveitemos o melhor destes dois métodos.

Segundo a Ciência existem no universo dois tipos de seres, os seres com vida e os seres sem vida, ou animados e inanimados. Até hoje os cientistas debatem sobre onde começa a vida e termina o inorgânico. Talvez no futuro a pergunta mude de foco, para se já é uma consciência estruturada reencarnante (princípio espiritual) ou se é uma consciência disseminada a-estruturada (Consciência Cósmica), ou algo semelhante.

A vida é sujeita a gradações, indo dos seres mais simples aos mais complexos, no ápice, os seres humanos. Naturalmente é negada a consciência a seres unicelulares, por exemplo, ficando para muitos estudiosos, como função decorrente do cérebro e da linguagem. No entanto, a abordagem espirítica do problema nos diz que em uma bactéria já existe um fator diferenciado da matéria orgânica. A matéria orgânica seria um suporte às suas manifestações de princípio espiritual. Devido ao seu pouco tempo de agente animador, o princípio espiritual é simples, pois possui pouca estrutura para informar e formar seu veículo biológico, e é ignorante porque possui uma nula capacidade de extrair significados das informações que armazena. É um autômato com a propriedade de poder se autoconstruir no espaço-tempo.

Em algum momento o Modelo Organizador Biológico do princípio espiritual sofrerá mutação e informará a matéria o novo comportamento. André Luiz, no tocante o ingresso no palco da animalidade, nos chama atenção para o processo lento e repetitivo da crisálida de consciência automatizando a técnica de operar os catalisadores químicos em recursos assimiláveis. Contudo, essas mutações das bactérias se realizam mesmo no seu próprio domínio, caso dos extremófilos e das cianobactérias, por exemplo.

Esse jogo às cegas do automatismo perdura até o Espírito adquirir a consciência do eu. Alguns primatologistas defendem que em primatas superiores (orangotangos e chipanzés) o auto-reconhecimento já começa a existir. Nesse estágio elevado no reino hominal, o ser percebe o eu e o universo como entidades distintas. Desenvolve a razão, a intuição, a imaginação e o sentimento. Aplica-se na linguagem superior, na técnica e na Estética.

Tudo isso é desenvolvimento mental. Os recursos mentais que antes estavam em latência, aparecem. Como nessa fase o princípio básico é a dualidade, o reino hominal não apresenta uma consciência plena de si, mas uma consciência parcial. A luta pela sobrevivência se torna mais sutil, todavia, traz ainda marcantes aspectos do mundo animal.

Pelo começo do uso de sua autoconsciência o ser pode lidar com os significados, programando sua consciência contínua em um refinamento do mecanismo de estímulo e resposta. Na época em que fomos princípios espirituais, dávamos uma determinada frequência de respostas ao ambiente, proporcional ao tipo de veículo que animávamos. Podemos dizer que a nossa quantidade de consciência (na proporção da idade espiritual do ser) é responsável pela qualidade da resposta. É a mesma coisa quando procuramos medir a inteligência de uma pessoa, baseados no que ela disse a um questionário. Assim, se trocarmos inteligência por capacidade intelecto-moral, começamos a perceber que o objetivo daquele ínfimo princípio espiritual ter existido, foi o de se tornar capaz de expressar a região superior de sua consciência, tornar-se lúcido em amor e conhecimento.

Contudo, é comum pensarmos que quando chegarmos ao fim do significado humano (não mais reencarnarmos), alçaríamos à perfeição beatífica e que nada estaria acima de nós, exceto Deus. Informações da Transcomunicação Instrumental nos dizem que há seres com muitas dimensões de consciência, sendo que o homem possui três dimensões de consciência ocupando um universo material tetradimensional. Vejamos como Kardec tratou a relatividade da perfeição.

"9.      O progresso é a condição normal dos seres espirituais, e a perfeição relativa é a finalidade que devem alcançar; ora, tendo Deus criado desde toda eternidade, e criando sem cessar, por toda eternidade, também terá havido aqueles que alcançaram o ponto culminante da escala.
     Antes que a Terra existisse, mundos tinham sucedido a mundos, e quando a Terra saiu do caos dos elementos, o espaço era povoado por seres espirituais em todos os graus de progresso, desde aqueles que nasciam com vida, até aqueles que, de toda eternidade haviam tomado lugar entre os puros Espíritos, vulgarmente chamados anjos."

Decerto há uma imensa estrada para percorrermos nas dimensões da consciência, mas dentro das condições que o evolucionismo espiritual nos enseja deduzir, a vida é o mecanismo necessário para a manifestação da autoconsciência, que é criadora de seu destino pelo efetivo uso do livre-arbítrio e co-criadora do universo mediante o exercício da vontade.

Bibliografia

ANDRADE, H. G. Morte, Renascimento, Evolução. São Paulo: Pensamento, cap. V, 1998.

ANDRADE, H. G. Psi Quântico. Votuporanga: Didier, cap. XII, 2000.

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GOLDSTEIN, K. W. Transcomunicação Instrumental, cap. ABX Juno: Transcomunicação. São Paulo: FE, 1992.

BENTOV, I. À Espreita do Pêndulo Cósmico. São Paulo: Cultrix/Pensamento, 2000.

DAVID-NEEL, A. O Budismo do Buda. São Paulo: IBRASA, cap. II, 2005.

JUNIOR, G. G. “Os Animais Sentem Empatia?”, Viver Mente & Cérebro, Edição Especial nº 1, s/d.

KARDEC, A. A Gênese. São Paulo: LAKE, cap. XI, s/d.

XAVIER, F. C., VIEIRA, W. & LUIZ, A. (Espírito). Evolução em Dois Mundos. Rio de Janeiro: FEB, cap. XIII, s/d.


Biografia:
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Artigos A Mônada Quântica de Amit Goswami e o Problema do Tempo Vitor Silva
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