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Fonte energética: o anzol de Deus no queixo das nações
Cezar Andrade Marques de Azevedo

Resumo:
O texto demonstra como o petróleo induz a guerra

Assim diz o Senhor Deus:

Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e Tubal; e te farei voltar, e porei anzóis nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o teu exército, cavalos e cavaleiros ... sim, muitos povos contigo. (Ez 38:3-6)

Não é sem batalha e forte oposição que Israel permanece ocupando a terra que lhe fora prometida por Deus. Desde 1948 o Oriente Médio permanece como uma região altamente instável e explosiva. Do ponto de vista geopolítico, a causa principal seria a exploração do petróleo, contudo a razão espiritual é que Israel é a nação escolhida por Deus. Por conta desta escolha, os países que se alinham ou se tornam inimigo de Israel, na verdade se constituem amigos ou inimigos de Deus porque foram estes os termos da aliança feita por Deus com Abraão, quando disse:

“Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Gn 12:3)

Sendo Deus o Senhor da história, Sua promessa se cumpre mesmo na ignorância do homem. Na verdade os líderes muitas vezes vão cumprindo os desígnios de Deus motivados por seus próprios interesses. Quando Caifás, o Sumo Sacerdote, anunciou a conveniência da morte do Senhor por todo o povo, não tinha consciência que naquele momento ele profetizara (Jo 11:49-52), assim também, quando os líderes das nações planejam e executam suas estratégias, muitas vezes não tem a noção que suas escolhas formam o caudal do cumprimento da palavra profética.

Um outro exemplo do exercício deste Senhorio foi o tratamento dispensado por Deus a Faraó quando da saída de Israel do Egito. Após uma série de recusas em permitir o povo partir, Deus mesmo endureceu o coração de Faraó para que se cumprisse nele tudo quando Deus havia dito (Ex 7:13). Na seqüência dos acontecimentos Moises pronunciou a sentença de juízo divino quando a água se tornaria em sangue caso Faraó não ouvisse. Como os mágicos conseguiram reproduzir de alguma maneira o mesmo sinal que Moisés fizera, Faraó não deu ouvido a voz de Deus (Ex 7:22). Se este mesmo evento for visto do ponto de vista da terra, a impressão que se tem é que Faraó agiu em conformidade com seu próprio interesse, sendo este o sentido de dizer que Deus fisga o homem com anzol engatado em seu queixo (Ez 38:4).

O grande anzol que move o interesse das nações, intensificado nestes últimos séculos, tem sido a fonte energética onde o petróleo tem destaque especial. Isto porque todo organismo extrai a vida da energia, como os organismos autotróficos com a “capacidade de sintetizar substâncias orgânicas com base em inorgânicas, como ocorre em vegetais” (Aurélio) ao extrair energia diretamente do sol. Já os organismos heterotróficos, por não conseguir sintetizar substâncias orgânicas, obtém de outras plantas, sao os parasitas (Aurélio). Os seres humanos, por sua vez, são seres extra-somáticos por usarem energia fora do corpo com o objetivo de modificar seu ambiente (1). Dentre estas fontes de energia o petróleo representa quase 75% das necessidades energéticas mundiais seguindo pela conversão da biomassa, como o bio-combustível, com 15% da energia consumida (1). A produção hidráulica representa 5,5 % e a proveniente da cisão nuclear outros 5,5% (1).

O problema deste modelo de desenvolvimento econômico, tecnológico e social é que estas fontes energéticas estão se exaurindo rapidamente. Segundo expõe David Price os combustíveis fósseis se esgotam 100.000 vezes mais rápido do que foram produzidos, devendo desaparecer em 35 anos, o gás natural em 52 anos e o carvão em uns 200 anos (1). Por outro lado a conversão de biomassa tem pouca taxa de crescimento, competindo com a produção de alimentos e madeira e o potencial de energia hidráulica tem o limite para expansão em apenas 5 vezes a produção atual e a energia de ficção nuclear tem o agravante de também produzir armamento nuclear, sendo coibido em sua proliferação, conclui David Price (1). Assim, por conta da necessidade de fontes energéticas, em especial a do petróleo, os interesses das nações movem a geopolítica mundial forjada pela ambição de possuir as terras de onde manam o ouro preto.

Se esgotarem as fontes energéticas a humanidade como hoje é conhecida deixa de existir, por outro lado, salienta David Price, os mecanismos de colapso deste modelo de desenvolvimento e exploração do planeta são a fome, o conflito social e a doença, figurado nas escrituras pelos cavaleiros do apocalipse (1). A razão é simples, a agricultura depende de fontes energéticas seja para gerar a produção, seja para realizar a distribuição, seja para fazer a industrialização ou sua conservação. No antigo Egito, nos dias de José, por faltar a chuva, o rio Nilo deixar de ser irrigado, uma seca de 7 anos grassou todo o país (Gn 41:27), com o conseqüente empobrecimento do povo (Gn 47:20).

O fim deste modelo de desenvolvimento humano e exploração da terra está se exaurindo rapidamente. Assim como em outras épocas, outros impérios foram dissolvidos por conta de sua inaptidão em lidar com a conjuntura da necessidade de aumentar a exploração de riqueza para atender a população, também as nações caminham rapidamente para o seu colapso por faltar-lhe a fonte energética suficiente para a manutenção do seu atual padrão de vida. Antes que isso aconteça o tabuleiro da geopolítica mundial formará exatamente a conformação que consumará no cumprimento das profecias da palavra de Deus, o anzol já está no queixo.

(1) http : / / resistir.info / energia / energia_e_evolucao_humana.html

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Biografia:
O autor é casado com Karin, professora mestre em Língua Portuguesa e tem dois filhos: Adan e André. Sua formação é em Administração de Empresas, Teologia e Ciências Contábeis, com mestrado em Administração de Empresas pela PUC.PR. Atualmente é Secretario Municipal de Finanças de Campo Novo do Parecis.MT. Seu site pessoal é www.cezar.azevedo.nom.br
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