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Mais efeito Tostiness.
Conversa (des)afinada.
Alexandru Solomon

Resumo:
Uma explicação possível que não agrada aos nossos dirigentes é que o fenômeno vem de longe. Poderia ser chamada de “síndrome do crédito farto”, solução encontrada para estimular a demanda e tirar-nos, com sucesso, do atoleiro que a marolinha 2.0 poderia ter causado.

O debate acerbo em torno de um novo efeito Tostiness não parece perto de se esgotar. A inadimplência está crescendo por causa dos juros altos, ou os juros não podem cair drasticamente por causa do aumento da inadimplência? É claro que nesse debate ovo-galinha é difícil ter razão. Os inadimplentes há mais de 90 dias poderão renegociar, encontrar condições mais favoráveis etc., mas darão lugar àqueles que hoje estão inadimplentes há mais de 60 dias e assim por diante. A fila continua andando, mesmo se debaixo da marquise chover menos. Uma explicação possível que não agrada aos nossos dirigentes é que o fenômeno vem de longe. Poderia ser chamada de “síndrome do crédito farto”, solução encontrada para estimular a demanda e tirar-nos, com sucesso, do atoleiro que a marolinha 2.0 poderia ter causado. O endividamento das famílias dobrou, e esse fato não ocorreu de forma linear, e sim, justamente nas faixas de renda mais vulneráveis. Um cartão de crédito deveria vir com a advertência: “O uso exagerado pode fazer mal à saúde”. Não é o caso de esperar que o comprador de um carro financiado em 60 meses termine de pagar (se conseguir) a última parcela, mas a inadimplência não desabará de um dia para o outro. Há ainda muita ‘sujeira’ no pipeline, ou seja, na tubulação. Tenha dito ou não o presidente da Febraban que “a bola está com o governo”, não deixa de ser uma verdade, pelo menos parcial, e como toda verdade (até sendo parcial), incomoda. É inegável o efeito da ação dos bancos públicos diminuído os juros, mesmo que na propaganda da Caixa apareçam ressalvas em letras miúdas, mas convém lembrar que esses têm por trás o funding do Tesouro. A menos que se queira estatizar o sistema financeiro, o melhor caminho não é o da mão pesada. É fácil dizer que a expansão do crédito dará escala, permitindo compensar perdas, mas como toda sentença baseada na “administração por adjetivos”, é preciso ter cuidado. Nossos bancos estão a anos-luz de distância dos problemas enfrentados em outras plagas, mas não são invulneráveis.
A presidenta Dilma diz não entender que em países com alto grau de endividamento, déficits fiscais estarrecedores, e níveis de inadimplência absurdos se pratiquem juros menores. Mas será que nesses países alguém já ouviu falar em CSLL, Cofins e depósitos compulsórios como os aqui praticados?


Biografia:
Alexandru Solomon nasceu em Bucareste (1943), mas vive no Brasil desde os 17 anos. Ao lado de uma sólida carreira empresarial, de uns tempos para cá passou a se dedicar a uma nova paixão: a literatura. Através da sua escrita nunca deixa o leitor indiferente. Um contador de histórias na velha tradição, empregando recursos que vão mostrar ao mundo em que vivemos, algo que pudesse estar perdido. Preparem-se, portanto, para uma surpresa que virá atrás da outra. Pois, Alexandru Solomon, além de humor, vai mais fundo. Autor de ´Almanaque Anacrônico`, ´Versos Anacrônicos`, ´Apetite Famélico`, ´Mãos Outonais`, ´Sessão da Tarde`, ´Desespero Provisório` , ´Não basta sonhar`, ´Um Triângulo de Bermudas`, ´O Desmonte de Vênus`, ´Bucareste` (contos e crônicas) e ´Plataforma G`, além de vários prêmios nacionais e internacionais por sua escrita.

Este texto é administrado por: Celso Fernandes
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