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Uma viagem a São Paulo, diferente do que os outros pensam, pode ser muito agradável. Claro que você terá que aguentar o trânsito insano, poluição em todo lugar que se olha e a bandidagem que corre solta pelas ruas. Se você conseguir aguentar e esquecer tudo isso pode ter a viagem mais agradável e divertida de todas. Mas além de tudo isso você tem que estar disposto a explorar e além de tudo... Andar.
Primeiro de tudo se dê ao trabalho de tomar um café da manhã com um pão francês bem quentinho de qualquer padaria paulista. Você pode já ter provado os melhores pães, mas nada se compara com a maciez, o sabor e o cheiro de um belo pão feito pelas mãos habilidosas de um padeiro paulista.
Depois você pode tentar comprar, roupas, perfumes ou o que quiser na Rua 25 de Março, talvez a rua mais conhecida de São Paulo. Tudo o que você quiser comprar você achará, até mesmo aquilo que você nem fazia ideia que existia você vai encontrar nessa rua. Paciência, claro, será mais que necessário, pois a 25 de Março não é um lugar calmo. Enquanto anda você esbarrará diversas vezes com todo o tipo de pessoas, ouvirá incessantes gritos dos vendedores enlouquecidos gritando diretamente no seu rosto: “Olha o pendrive!!!”. Enquanto você anda pela rua, você não consegue entender como tudo aquilo está ali, como aquilo tudo se formou. Entrando no “Shopping 25” (se é que podemos chamar aquilo de shopping) você verá ainda mais produtos, ainda mais variedade. E encontrará também os vendedores chineses falando a maioria das vezes o indecifrável mandarim. Junto deles encontrará também brasileiros, sofrendo para conseguir dinheiro, e diversas vezes brigando pelo suposto roubo de um relógio ou pelo preço muito alto de uma bolsa. Um lugar sofrido essa Rua 25 onde rostos tristes e sofridos, se misturam num turbilhão de pessoas e jornais escritos em mandarim.
Com certeza esse tempo na Rua 25 trará, além de muita irritação, muita fome. Gaste um pouco de tempo para almoçar em um restaurante tradicional, quem sabe você poderá comer uma bela feijoada e, se tiver sorte, pode provar o delicioso “Virado à Paulista”.
Mas nessa viagem você não pode deixar de fazer o melhor programa de São Paulo... Andar. Então bote um tênis confortável e pegue uma garrafa d’água e se prepare para conhecer as maravilhas de São Paulo. Ande, mas não deixe de apreciar as construções antigas, que entram em contraste com os enormes prédios tecnológicos e as ruas abarrotadas de carros. Continue andando, passe pelo Viaduto do Chá, e sente para descansar na escada do espetacular Teatro Municipal, com sua bela construção. Ande, mas tenha consigo uma companhia, para simplesmente conversarem enquanto olham para os mendigos deitados nas ruas ou para os estressados motoristas. Ande sem se importar com o tempo, observe tudo, desde as mais belas construções, até os ônibus elétricos que andam rapidamente pelas ruas paulistas.
Depois de tudo isso tome um café da tarde com o belo pão de São Paulo e se prepare para andar mais, porém dessa vez bem menos pela rua mais bela da cidade: a Avenida Paulista.
Andar pela Paulista é particularmente fenomenal, Todos aqueles carros que esperam ansiosamente o sinaleiro abrir, os prédios espetaculares, tecnológicos e maravilhosos, a Livraria Cultura, a mais espetacular que já conheci, onde livros novos dividem espaço com as antigas edições nas milhares de prateleiras que forram as paredes da maravilhosa livraria. Não poderia me esquecer também da loja da Fnac, sonho para aqueles apaixonados pelos últimos lançamentos no mundo da tecnologia. E durante sua caminhada pela Avenida, não se esqueça de tirar fotos, essas que ficarão de recordação a sua viagem. Ah! E tire fotos também se encontrar noivas malucas fazendo álbuns de casamento com fotos no meio da Avenida.
Gaste seu tempo também no bairro da Liberdade, o lugar mais aconchegante que já conheci, onde postes enfeitados dividem espaço com as carismáticas feiras de artesanato e com os diversos restaurantes e mercadinhos dispostos a lhe vender tudo aquilo que for... Japonês.
Isso é São Paulo, uma miscelânea de culturas e religiões, onde chineses dividem espaço com brasileiros nas vendas, onde pessoas ricas esbanjam seu dinheiro comprando roupas no shopping Iguatemi, onde passado vira presente na visita ao museu do Ipiranga ou onde a religião toma conta como na Praça da Sé. Isso é São Paulo, cidade do barulho, do trânsito insano, das pessoas apressadas, dos ricos e dos pobres, dos milhares de aviões e ônibus todos correndo para chegar ao seu destino e, dos rostos tristes. Por que em São Paulo os rostos são tão tristes? Bem, essa é uma questão que, talvez, nunca ninguém conseguirá responder.
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